Minoxidil causa impotência? O que saber sobre remédio usado para crescimento de pelos

Especialistas revelam a maneira correta de usar o medicamento, como ele funciona e seus possíveis efeitos colaterais

22 mai 2022 - 16h05
(atualizado às 17h18)
Descubra como usar minoxidil corretamente
Descubra como usar minoxidil corretamente
Foto: Shutterstock / Saúde em Dia

O minoxidil, muitas vezes confundido e utilizado como um simples cosmético, é, na verdade, um medicamento para tratar doenças. E, como todo remédio, tem também os seus efeitos colaterais.

No entanto, quando bem utilizado - sob prescrição e acompanhamento médico - ele pode proporcionar inúmeros benefícios para a saúde capilar. Inclusive, auxiliando no combate à alopecia.

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Origem curiosa

Descoberto no final dos anos 1970, o minoxidil, inicialmente, era utilizado para tratar a hipertensão arterial. Mas, rapidamente, outra função foi identificada. "Os pacientes que utilizavam essa medicação apresentavam, como efeitos adversos, o crescimento de pelos em áreas indesejadas no corpo, em especial, na face", revela a farmacêutica, Patrícia França.

"Em 1980, o minoxidil oral foi descrito como medicamento efetivo para o tratamento da Alopecia Androgenética masculina e, posteriormente, utilizado sob a forma de solução tópica em mulheres e homens para a mesma finalidade", completa a especialista.

Como usar o minoxidil corretamente - em cápsulas e cremes

Segundo Patrícia, os resultados do uso adequado de minoxidil podem variar de acordo com as condições do paciente e, geralmente, começam a aparecer após três e seis meses de tratamento. Mas, para que os efeitos sejam realmente positivos, é necessário fazer o uso contínuo do medicamento, com acompanhamento de um dermatologista.

"Os ensaios clínicos do uso contínuo do minoxidil sugerem que a melhora é sustentada desde que o tratamento seja mantido. Qualquer efeito positivo no crescimento do cabelo é perdido dentro de quatro a seis meses após a interrupção do tratamento", revela o Dr. Daniel Cassiano, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD).

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Atualmente, as duas formas de minoxidil - em cápsulas e cremes - são utilizadas para incentivar o crescimento de barba e cabelo. "Recentemente voltamos a prescrever o minoxidil oral, não como anti-hipertensivo, mas, para o tratamento das alopecias. É particularmente interessante nos pacientes que não têm a disciplina de aplicar o produto tópico diariamente", explica o Dr. Cassiano.

Possíveis efeitos colaterais

Mas, a desvantagem de utilizar o minoxidil em cápsulas é que seus efeitos colaterais podem ser mais intensos. "A forma tópica é mais tolerada e seus efeitos adversos, embora infrequentes, quando aparecem são leves", conta Patrícia. Confira os possíveis efeitos colaterais do minoxidil, de acordo com os especialistas:

  • Irritação;
  • Coceira;
  • Dermatite - inflamação da pele, na região onde o medicamento é aplicado;
  • Hipertricose - crescimento excessivo de pelos;
  • Taquicardia reflexa;
  • Palpitações;
  • Retenção hídrica.

Esse são alguns dos motivos que tornam o uso indiscriminado de minoxidil algo não recomendado. Por isso, vale reforçar que ele é um medicamento e, assim como qualquer outro remédio, necessita de prescrição e acompanhamento médico para funcionar de maneira adequada e não causar nenhum prejuízo para a saúde dos pacientes.

Outras dúvidas sobre o medicamento

Minoxidil deixa impotente? Não. De acordo com Patrícia, até o presente momento, nenhum estudo científico conseguiu comprovar a relação entre o uso do medicamento e a impotência sexual.

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Existe alguma composição específica para mulheres? Não. O que pode mudar é a dosagem de minoxidil definida pelo dermatologista.

Minoxidil também faz efeito na sobrancelha e em outras regiões? Sim. Qualquer área pilosa - onde existem pelos - pode ser tratada com o medicamento.

Fontes: Patrícia França, farmacêutica e gerente científica da Biotec Dermocosméticos e Dr. Daniel Cassiano, dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD) e cofundador da clínica GRU Saúde.

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