Minoxidil nos cabelos: versão em comprimido tem o mesmo efeito

Estudo brasileiro diz que formulação oral é bem tolerada e traz eficácia semelhante para alopecia androgenética masculina

5 jul 2024 - 06h10
Foto: Redação Homework *

Pessoas que tratam a queda capilar e precisam aplicar loções todos os dias no couro cabeludo costumam se queixar de alguns incômodos: 1) o tratamento é para vida toda e requer um compromisso diário; 2) o cabelo tende a ficar mais ‘duro’ quando o minoxidil entra em contato com os fios; e 3) irritação, por conta da formulação, que às vezes traz álcool. 

Para funcionar como alternativa, muitos médicos começaram a indicar o minoxidil oral, mas ainda não estava claro se ele tinha a mesma eficácia. Agora, um estudo realizado no Brasil e publicado no JAMA Dermatology mostrou que o efeito é similar. 

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“O estudo concluiu que as formulações orais e tópicas de minoxidil são eficazes e geralmente bem toleradas pelos pacientes”, explica Danilo S. Talarico, médico pela PUC-Campinas e professor nos cursos de Dermatologia, Tricologia, Medicina estética e Transplante Capilar. “O minoxidil impede a redução dos ciclos capilares através da prostaglandina e melhora a circulação sanguínea local, acelerando a velocidade de crescimentos dos fios com mais qualidade inclusive.”

O médico explica que a finasterida oral e o minoxidil tópico são os únicos dois medicamentos aprovados pela FDA (Food and Drug Administration) para a alopecia androgenética. 

“Essa condição é conhecida por afetar negativamente a autoestima e a qualidade de vida”, comenta Danilo. O minoxidil atrai pacientes que hesitam em usar a finasterida devido ao risco de efeitos colaterais adversos, embora as prescrições médicas combinem os dois medicamentos. 

No estudo, 60% do grupo que utilizou minoxidil oral e 48% do grupo do minoxidil tópico tiveram melhora clínica na área frontal, sem diferença significativa entre os grupos. Para o estudo unicêntrico realizado no Brasil de janeiro a dezembro de 2021, 90 participantes com alopecia androgenética leve a moderada foram randomizados 1:1 para receber minoxidil oral 5 mg ao dia mais uma solução tópica de placebo ou 1 mL de minoxidil tópico 5% duas vezes ao dia e placebo oral por 24 semanas. Destes pacientes, 68 completaram o estudo. A idade média foi de 36,6 anos e ambos os grupos eram semelhantes em termos demográficos e gravidade da doença. 

“A hipertricose foi o efeito adverso mais comum. Ela é representada pelo excesso de pelos no corpo, então o paciente nota, por exemplo, o crescimento de pelugens e o engrossamento de pelos em algumas áreas. Esse efeito foi relatado por 49% do grupo oral e 25% do grupo tópico. Não houve alterações significativas na frequência cardíaca e na pressão arterial”, diz o médico.

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Efeito shedding hair

O efeito shedding hair, com queda dos fios, também foi observado em ambos os grupos, mas segundo Danilo, é necessário estar atento, pois esse efeito é transitório. 

“Essa perda ocorre geralmente nos primeiros três meses de tratamento devido à liberação precoce de cabelos na fase telógena, de queda. É como se o medicamento acelerasse essa queda para o nascimento dos novos fios, mas é crucial explicar ao paciente a natureza transitória dessa queda, pois a continuidade do tratamento trará o nascimento de novos fios. O efeito shedding hair afetou 9% do grupo do minoxidil oral e 16% do grupo do minoxidil tópico”, diz o médico.

Por fim, ele lembra da importância do tratamento inclusive para pacientes que realizam transplante capilar. “Esse é um dos medicamentos que pode fazer parte do tratamento clínico para calvície para que a condição não evolua, mesmo após o transplante”, finaliza Danilo S. Talarico.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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