A americana Kelsey Hatcher, 32, tem uma condição rara: dois úteros ao invés de apenas um. Mas ao ficar grávida, ela teve uma experiência ainda mais incomum, com um feto crescendo em cada órgão reprodutor.
Isso só acontece com uma a cada um milhão de grávidas que possuem útero didelfo, nome técnico atribuído à malformação que gera duplicidade do órgão. A estimativa é de Richard Davis, especialista em medicina materno-fetal, que acompanha o caso de Kelsey.
O parto é esperado para dezembro, no Natal, segundo o The Washington Post. "Eu não sei se nós vamos entender completamente a dimensão disso até o parto", disse Kelsey ao jornal, se referindo também ao marido, Caleb.
Útero didelfo
Seu segundo útero foi descoberto em 2008, quando Kelsey era adolescente. Com a condição, que acomete 0,3% de mulheres, ela ouviu que teria risco aumentado de abortos e bebês prematuros, caso engravidasse.
A publicação conta que inicialmente ela não se importou, já que não pensava em ter filhos num futuro próximo. Mas anos depois, em 2016, veio a primeira gestação, sem intercorrências.
Pouco depois, Kelsey teve mais dois filhos, também sem complicações. Depois disso, ela já não planejava novas gestações, por isso, a surpresa quando, em março, descobriu que estava grávida.
Com a notícia, ela e o marido tentaram ficar otimistas com as necessidades para criar quatro filhos. Até que em maio, durante uma ultrassonografia periódica, receberam a notícia de que seriam cinco — são duas crianças do sexo feminino que se desenvolvem bem na barriga da mãe. Kelsey e o marido brincam que as meninas estão brigando quando as sentem chutar simultaneamente.
Condições inesperadas no parto
De acordo com o Washington Post, há preocupações no caso. Isso porque cada útero pode apresentar contrações em momentos diferentes, então um bebê pode nascer horas, dias ou até semanas antes do outro.
Para evitar tal diferença, Kelsey planeja se submeter a uma cesariana ao menos no parto da segunda criança. "Isso é tão raro que nós não temos muito direcionamento", disse Shweta Patel, obstetra da mulher. Os médicos conduzem o caso como uma gestação de gêmeos.