Terapeuta capilar foi atingida por um tiro na cabeça durante um desentendimento no trânsito na Região Metropolitana de Goiânia e Trindade, ela conseguiu localizar o hospital no GPS e foi socorrida e já teve alta.
A terapeuta capilar Damariz Magalhães Chastinet Pinho e seu marido Marco Antonio estavam indo lanchar com o filho quando ela foi atingida por um tiro na cabeça após um desentendimento no trânsito entre Goiânia e Trindade, na Região Metropolitana da capital de Goiás.
A mulher ficou com a bala alojada no couro cabeludo e, ainda assim, conseguiu colocar o endereço do hospital no GPS para que Marco Antonio a ajudasse no socorro.
“Senti o impacto e já imaginei que tivesse sido um tiro. Eu falei para o meu esposo, ele não conseguiu acreditar, porque eu fiquei o tempo todo consciente. Depois que tirou o raio-x, todo mundo ficou impressionado, porque foi um milagre mesmo. A bala estava na cabeça, mas não chegou a atingir o crânio”, explicou Damariz à TV Anhanguera.
Ela foi encaminhada Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), onde fez uma radiografia que mostrou que a bala ficou alojada do lado de fora, na parte de trás, do crânio de Damariz. Ao g1, ela contou que passou por uma cirurgia durante o fim de semana, já teve alta e está bem.
Crânio humano é bastante resistente
Em entrevista ao Terra, o neurocirurgião Felipe Mendes explica que a capacidade de se manter consciente após um tiro na cabeça depende de vários fatores, como o trajeto da bala, a velocidade e a área do cérebro afetada.
“Tiros que não penetram o crânio ou apenas atingem o couro cabeludo não impactam as áreas cerebrais responsáveis pela consciência. Como o projétil não interrompe as funções vitais do cérebro, a pessoa permanece consciente”, conta o especialista.
Além disso, o médico explica que o crânio humano é bastante resistente e pode impedir que a bala penetre no tecido cerebral, especialmente se atingido em um ângulo que não favorece a penetração ou se a bala perde energia ao atravessar outro objeto antes de atingir a cabeça.
O neurocirurgião alerta que lesões na cabeça podem levar a complicações tardias, como infecções locais, meningites e vazamento do líquido cefalorraquidiano, situações que podem gerar graves complicações se não tratadas precoce e corretamente.
“A avaliação e o tratamento adequados são fundamentais mesmo em casos de lesões cranianas sem sintomas graves imediatos”, indica o especialista.