Mulher morre em GO após procedimento estético; polícia investiga uso de substância irregular

Produto usado no rosto durante o procedimento estético não é autorizado pela Anvisa, de acordo com a polícia

4 dez 2024 - 11h19
(atualizado às 11h24)
De acordo com a polícia, Danielle Mendes teve um choque anafilático depois de aplicar hialuronidase abaixo dos olhos
De acordo com a polícia, Danielle Mendes teve um choque anafilático depois de aplicar hialuronidase abaixo dos olhos
Foto: Reprodução/Internet

A morte de Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro, servidora pública de 44 anos, após um procedimento estético no rosto, está sendo investigada pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO). A suspeita é de que ela tenha sofrido uma reação alérgica grave causada por uma substância sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A clínica onde o procedimento foi realizado, localizada no Park Lozandes, em Goiânia, foi interditada, e sua proprietária, presa por diversas irregularidades. As informações são do g1.

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Danielle realizou o procedimento no sábado (30), após ser convencida a fazê-lo durante uma avaliação no local. Segundo a delegada Débora Melo, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Consumidor (Decon), a paciente passou mal logo após a aplicação e precisou ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas teve morte cerebral no dia seguinte no Hospital de Urgências de Goiânia.  

Produto não é autorizado pela Anvisa

De acordo com as investigações, a substância usada foi a enzima hialuronidase, aplicada na região abaixo dos olhos para reverter um preenchimento facial anterior. No entanto, a delegada informou que o produto não é autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e que a clínica carecia de equipamentos básicos para lidar com emergências, como desfibriladores, o que pode ter agravado a situação.  

Ainda segundo a delegada, a operação na clínica encontrou medicamentos vencidos, anestésicos hospitalares, itens cirúrgicos sem esterilização e materiais misturados inadequadamente.  

Prisão da proprietária e acusações  

A proprietária da clínica foi detida, mas ainda não pela morte da servidora. Ela é acusada, preliminarmente, de execução de serviço de alta periculosidade – conforme o Código de Defesa do Consumidor; Exercício ilegal da medicina – procedimentos invasivos só podem ser realizados por médicos, segundo a legislação federal; Oferta de produto ou serviço impróprio ao consumo – devido ao uso de materiais vencidos e sem registro.  

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A empresária, que se apresenta nas redes sociais como biomédica e enfermeira, também oferecia cursos relacionados a procedimentos estéticos invasivos, ampliando o alcance de práticas irregulares.  

Revolta da família  

A morte de Danielle gerou indignação entre familiares. Ana Elise Coelho, irmã da vítima, contou à TV Anhanguera que a esteticista chegou a tentar realizar uma traqueostomia de forma inadequada no momento do incidente. “O sentimento é de revolta”, desabafou.  

Em nota, o Conselho Regional de Biomedicina – 3ª Região (CRBM-3) informou que está apurando o caso. O órgão confirmou que a empresária tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente registrada.  

“O Conselho Regional de Biomedicina – 3ª Região (CRBM-3) informa que tomou conhecimento do caso pela imprensa e apura as circunstâncias. Os procedimentos cabíveis serão tratados conforme as Resoluções e o Código de Ética do Profissional Biomédico. A referida profissional biomédica tem habilitação em Biomedicina Estética e está devidamente regulamentada no Conselho. O CRBM-3 lamenta o ocorrido e manifesta sua solidariedade à família da vítima.”, diz o comunicado.  

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A Polícia Civil segue investigando o caso para esclarecer as circunstâncias da morte e apurar responsabilidades.

Fonte: Redação Terra Você
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