Kathleen Wilson do estado de Minnesota, nos Estados Unidos, está movendo um processo contra o dentista Kevin Molldrem, alegando que ele a deixou desfigurada e traumatizada após realizar 32 procedimentos em uma única consulta, incluindo a falsificação da quantidade de anestesia administrada.
Ela afirma que, em julho de 2020, o dentista colocou oito coroas dentárias, fez quatro canais radiculares e realizou 20 obturações durante uma sessão que durou cinco horas e meia. Seu advogado entrou com ação no Tribunal Distrital do condado de Hennepin, buscando uma indenização de US$ 50 mil.
A cirurgiã dentista Mariana Oliveira explica que o limite de procedimentos realizados no paciente em uma única consulta é relativo e que é interessante que as consultas não ultrapassem o período de no máximo duas horas, para maior conforto do paciente.
“Existe a possibilidade de consultas mais longas e consultas mais curtas, depende da complexidade do procedimento a ser executado e urgência da finalização daquele tratamento”, diz a especialista.
A alegação da norte-americana menciona que Kathleen experimentou intensa dor, constrangimento, desfiguração e angústia, resultando na necessidade de buscar vários outros dentistas para corrigir os problemas deixados por Molldrem.
Mariana discorre que a realização excessiva de procedimentos dentários no mesmo dia podem causar dor muscular, devido a extensão de abertura bucal durante o atendimento, estresse psicológico do paciente e ansiedade devido a longa duração dos procedimentos.
“Nos procedimentos cirúrgicos devemos levar em consideração o peso do paciente e a quantidade de sal anestésico administrado para aquele paciente. Os procedimentos que envolvem estética, devem ser realizados com planejamento reverso cuidadoso, para que a pessoa tenha uma previsão de como vai ficar esse resultados e não gere transtorno psicológico”, detalha a dentista.
No que diz respeito a quantidade de anestesia administrada pelos dentistas, Mariana conta que o cálculo é feito de acordo com o peso corporal do paciente e o tempo cirúrgico.
“O anestésico vai sendo metabolizado com o passar do tempo da cirurgia e é necessário avaliar para não se tornar tóxico. Cabe ao cirurgião dentista escolher um anestésico que vá ser suficiente para o procedimento a ser executado sem gerar uma toxicidade no paciente com uma com uma grande quantidade de anestésico”, finaliza.