O número de médicos vem crescendo consideravelmente no País nos últimos anos, segundo o levantamento Síntese dos Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado nesta quarta-feira, 4. Ainda assim, o número de médicos está bem abaixo da média de países mais ricos e também da Argentina. Outro problema é a má distribuição dos profissionais no território nacional.
Em 2023, de acordo com os últimos dados divulgados, o Brasil contava com 502,6 mil médicos - um aumento de 23,6% em relação ao ano de 2019. No período anterior, entre 2015 e 2019, já havia sido registrado um aumento do número de profissionais da ordem de 16,4%. A maioria dos médicos em atuação no País, 358,9 mil, trabalha no Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, o maior crescimento vem sendo registrado entre aqueles que não trabalham para o sistema público.
No Brasil, atualmente, existem 24 médicos por dez mil habitantes - um índice bem abaixo do registrado em Portugal (57,7), Espanha (44,8), Argentina (40,8) e até mesmo da Colômbia (24,5). Para piorar a situação, esses médicos são mal distribuídos no território nacional, com uma concentração muito grande no Sudeste e poucos profissionais no Norte e no Nordeste.
Segundo o levantamento do IBGE, para que todas as regiões tivessem o índice de 24 médicos por dez mil habitantes, nada menos que 64 mil profissionais teriam que ser redistribuídos. Caberia ao Sudeste enviar 47 mil profissionais para o Norte e o Nordeste.
"O índice de dissimilaridade indica que permanece uma grande desigualdade entre as regiões", afirmou Clician Oliveira, uma das autoras do levantamento. "Em 2019, o número de médicos que precisariam ser redistribuídos era de 56 mil e passou para 64 mil quatro anos depois."
O IBGE registrou também o aumento do número de enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo Clísia, a categoria que mais cresceu no período pandêmico foi a de enfermeiros, passando de 260,9 mil, em 2019, para 363,1 mil em 2023, um aumento de 39,2%. O número de técnicos cresceu 26,9% no mesmo período, passando de 750,5 mil para 952,6 mil.