Ministra da Saúde alerta que apenas a vacina não será suficiente para barrar a epidemia de dengue no Brasil.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou, nesta quarta-feira, 7, sobre as expectativas pelo início da vacinação contra a dengue. Para ela, o governo federal não pode "vender a ilusão" de que apenas a vacina será suficiente para controlar a epidemia no país.
"A vacina não pode ser vista como um instrumento mágico, porque precisa de duas doses. É um intervalos de três meses" disse, acrescentando que também há uma oferta limitada de doses. A ministra conversou com jornalistas durante o evento de lançamento do Programa Brasil Saudável.
Nísia defendeu que o mais importante neste momento é controlar a proliferação do mosquito. "A mensagem agora é de controle de vetores", afirmou.
Ela também afirmou que o Ministério da Saúde vai apresentar em breve o calendário de vacinação junto aos municípios. A vacinação contra a dengue será progressiva e distribuída de acordo com critérios de incidência da doença, dado ao número limitado de doses produzidas pelo laboratório. Dentro do grupo para qual a vacina for liberada, terão prioridade crianças entre 10 e 14 anos.
O Brasil tem 364.855 casos prováveis de dengue, segundo o boletim mais recente do ministério, atualizado na última terça-feira, 6. As regiões com maiores incidências da doença são Distrito Federal, Minas Gerais e Acre. Apesar do número alarmante, porém, Nísia considerou que ainda não é o momento de declarar emergência nacional.
Ministra cobrou estados e municípios
Na noite de terça-feira, 6, Nísia Trindade fez um pronunciamento em cadeia nacional, pedindo mobilização no combate à dengue e cobrando a mobilização dos estados e municípios.
"Várias cidades brasileiras estão enfrentando situação de emergência devido ao grande aumento de casos de dengue. [...] Essa situação exige ações adicionais do governo federal, dos governadores, dos prefeitos e de toda a população", disse a ministra. "Agora é hora de todo o Brasil se unir contra a dengue".
A ministra anunciou ainda o repasse de R$ 1,5 bilhão em recursos, que devem ser destinados ao combate da doença. Além disso, também foi criado um Centro de Operações de Emergências para analisar diariamente a evolução dos casos e mobilizar ações.
"E você, cidadão e cidadã, também tem um papel decisivo na prevenção. Precisamos redobrar os cuidados com as nossas casas e nas áreas em volta delas. Cerca de 75% dos focos estão dentro de casa", informou a ministra.