Não se engane: Conheça as siglas do protetor solar

Além das siglas, há muitos apelos de marketing que devem ser entendidos para minimizar o risco de confusão

3 dez 2023 - 06h40
Não se engane: Conheça as siglas do protetor solar
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Acredite, o protetor solar faz tanto pela sua pele que todas suas boas ações não cabem no rótulo. E é por isso que esses produtos são cercados de siglas, abreviações, apelos de marketing e informações que muitas vezes dificultam o entendimento para a compra do produto mais indicado para a pele. 

“O consumidor brasileiro não está acostumado a usar protetor solar diariamente, lembra dele mais no verão, mas em muitos casos nem imagina o que todas essas informações querem dizer. Não entender o rótulo de um protetor solar pode fazer com que um paciente compre um produto que não é indicado para sua pele, por exemplo, ou então não dar valor a um produto que oferece outras formas de proteção, principalmente contra o calor e luz visível. Muitas pessoas desconhecem a importância de várias dessas siglas e palavras, que precisam se tornar mais populares”, destaca a dermatologista Ana Maria Pellegrini, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

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O maior imbróglio está nas siglas. E não é por menos, já que muitas delas são abreviações do inglês. “Entender as siglas de um fotoprotetor é de tamanha importância, já que estamos falando de raios solares que podem causar envelhecimento, manchas e câncer de pele, e do que é usado para proteger desses raios”, explica Ana Maria. 

UVA 

É uma radiação emitida pelo sol e presente ao logo do dia, do nascer ao pôr do sol. “É capaz de atravessar nuvens, janelas e vidro dos carros. Sua incidência não muda com a época do ano nem com o clima”, destaca a médica. 

“Da mesma forma que atravessa janelas, esse tipo de radiação penetra profundamente na pele, por isso ela é considerada a principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas). Mas, diferente da UVB, ela é indolor, sua ação é na derme, sendo responsável por produzir os temidos radicais livres”, diz a médica. 

É uma radiação que aumenta o risco de câncer de pele.                                                  

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UVB 

É a outra radiação ultravioleta de maior importância para a pele. O UVB é capaz de deixar a pele avermelhada, com eritema, e por isso causa queimaduras e ardência. 

“Essa radiação está presente em maior porcentagem entre às 10 e 16 horas e está envolvida na síntese da vitamina D. No entanto, por reduzir as defesas primárias do corpo, presentes na superfície da pele, também aumenta o risco de cancerização”, diz a médica.

FPS 

A sigla FPS significa Fator de Proteção Solar e é um índice que determina o tempo em que uma pessoa pode estar exposta ao sol sem deixar a pele vermelha. 

"É o valor obtido pela razão entre a dose mínima de vermelhidão na pele protegida por um protetor solar e a dose mínima de vermelhidão na mesma pele quando desprotegida", explica. 

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Essa proteção refere-se apenas aos raios UVB. E qual é o FPS ideal? "Se eu aplicar fator 30, ele absorve em média 96,7% da radiação solar. No caso do fator 50, ele está absorvendo 98% da radiação solar. Uma das estratégias recomendadas é o uso da 'regra da colher de chá', na qual consideramos a aplicação de uma colher de chá no rosto e em cada um dos membros superiores e duas colheres de chá para tronco/dorso e para cada um dos membros inferiores", explica Ana Maria Pellegrini. 

"Como nenhum protetor solar pode filtrar 100% dos raios UV, as roupas de proteção (com FPS), chapéus e abrigo da sombra também são indicações importantes", completa a médica. 

Em miúdos, o objetivo do FPS é não deixar sua pele vermelha e com defesas enfraquecidas.

PPD / FP-UVA 

PPD significa Persistant Pigment Darkening e indica o grau de proteção contra os raios UVA. Nos rótulos, o PPD pode aparecer como FP-UVA (Fator de Proteção UVA). 

"No estudo de UVB (FPS), medimos o quanto a pele demora para ficar vermelha quando exposta ao UVB. No caso do estudo UVA, mede-se o quanto a pele demora a apresentar pigmentação por melanina quando exposta ao UVA. Embora negligenciado na hora da escolha de um produto, o PPD é um índice importante. O ideal é que o rótulo tenha números a partir de 10 ou represente, no mínimo, um terço do FPS", diz a médica.

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PA+ 

Protetores solares importados podem contar com as siglas PA+, PA++, PA+++, PA++++. 

“O PA é uma escala PPD, ou seja, o grau de proteção UVA de um protetor solar: De acordo com a metodologia Measurement Standards for UVA Protection Efficacy, descrita pela Japan Cosmetic Industry Association, uma proteção entre 2 e 4 é apontada como PA+, entre 4 e 8 é PA++, entre 8 e 16 é PA+++ e maior que 16 é PA++++, sendo os dois últimos as melhores opções", explica a dermatologista.

IR 

Sigla mais rara de ser encontrada, mas que você precisa conhecer é IR, que significa Infrared ou infravermelho, uma radiação sentida na pele através do calor ou mormaço. "

Esse é um comprimento de onda que atinge a derme mais profunda onde estão as fibras de ancoragem e sustentação da pele. E isso traz consequências à elasticidade da pele". 

Além disso, o infravermelho também está associado a piora de manchas pré-existentes, especialmente do melasma. A dermatologista explica que, nesses casos, é importante o uso proteção física e antioxidantes que diminuam o processo inflamatório causado pelo Infrared. Para esse tipo de proteção, os filtros físicos ou com cor são uma boa pedida. 

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“Mais recentemente, temos visto produtos com moléculas específicas para atuar na proteção contra o calor”, diz a médica.

Apelos de marketing: podemos acreditar?

Apelos de marketing em protetores solares nem sempre querem dizer algo com o objetivo único de vender produto e enganar o consumidor. "Muitos apelos de marketing são altamente importantes para entender qual é o produto mais indicado para minha necessidade", diz a médica. Como exemplo, estão o “toque seco” e protetor “à prova d’água”:

• À prova d’água 

A informação parece óbvia, mas é bom entender que há um pouco de exagero nela. O mais correto é entender que alguns protetores solares são resistentes à água do mar e piscina, e também ao suor. 

"Quando um filtro solar é resistente à água, ele permanece eficaz por, em média, 40 minutos na pele molhada. Quando ele é muito resistente à água, o filtro solar permanece eficaz por 80 minutos na água. A versão muito resistente à água é mais indicada para crianças e esportistas. No entanto, sempre reiteramos a recomendação de reaplicar o filtro a cada duas horas e após os banhos de mar e piscina, uma vez que também tendemos a passar mais a mão no rosto ou no corpo, ajudando a retirar o filtro. Reaplicando, garantimos uma pele protegida", explica Ana Maria.

• Amplo espectro 

Um filtro solar padrão deve proteger sua pele contra o UVA e UVB. Mas ele pode ir além disso: "Um filtro solar de amplo espectro protege a pele do envelhecimento (manchas, rugas e flacidez), de queimadura e ajuda a prevenir o câncer de pele, e também pode conter extratos e ativos antioxidantes e anti-inflamatórios, que ‘limpam’ parte da ‘sujeira’ deixada pela radiação que escapou do filtro solar. Esses ativos são importantes porque, como vimos, nenhum filtro confere 100% de proteção; e nem sempre aplicamos de maneira uniforme e na quantidade adequada. Eles também podem conferir efeito antipoluição”, destaca a dermatologista.

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• Antioxidantes 

Essas moléculas tornaram-se muito famosas nos últimos anos. "Os antioxidantes minimizam a formação de radicais livres (e em alguns casos revertem os danos causados por eles). Eles são considerados excelentes aliados no dia-a-dia. Os radicais livres são átomos ou moléculas instáveis e altamente reativas que, em excesso, passam a atacar células sadias, como proteínas, lipídios e DNA. A radiação solar, o infravermelho e a luz visível são capazes de gerar radicais livres, que também danificam a membrana e a estrutura da célula, podendo, em casos extremos, levar à morte celular", diz a médica. 

Quando um protetor solar tem antioxidante, geralmente ele também é considerado de amplo espectro e oferece benefícios adicionais como ação: anti-inflamatória, reparadora e antipoluente. "Os antioxidantes mais famosos são as Vitaminas E, C e B3 (Niacinamida), além do ácido ferúlico e do resveratrol", diz a médica.

• Cor 

Praticidade (por ajudar na make) ou proteção? Filtros com cor ajudam a uniformizar o tom da pele, mas não só isso: "Eles têm substâncias, normalmente o dióxido de titânio e óxido de zinco, que conferem proteção física à luz visível. São excelentes aliados principalmente para pacientes com melasma, já que as manchas podem piorar com a exposição prolongada à luz visível".                                                   

• Filtros químicos e físicos 

Divididos entre químicos e físicos, os filtros atuam de maneiras diferenciadas. "Existem dois tipos de ação para o filtro solar. Os filtros físicos (óxido de zinco e dióxido de titânio) refletem a luz solar. É como se fosse uma parede de tijolos em que a luz bate e volta. Já os filtros químicos absorvem a radiação UV, transformando-a em baixa energia, sem capacidade de causar prejuízos. A maioria dos produtos ofertados no mercado, sem cor, conta com a proteção química, já os produtos com cor oferecem ambos tipos de proteção. Os filtros puramente físicos costumam apresentar na embalagem a informação de que são 100% mineral e são mais indicados para pessoas de pele sensível ou sensibilizada. Ou ainda para aquelas que possuem doenças fotossensíveis", diz a dermatologista.

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• Combate o fotoenvelhecimento / Anti-idade 

Quando há a informação no rótulo do filtro de que protege contra o fotoenvelhecimento ou é anti-idade, ele está reforçando a ideia de que o protetor solar é a melhor arma de uso tópico contra o aparecimento das manchas e envelhecimento precoce, além de poder contar com moléculas que ajudam a tratar a pele.

• Luz visível 

A luz visível é emitida não só pelo sol como também por computadores, celulares, tablets e outras telas que você possa ter em casa. No entanto, a médica explica que os estudos mostram que é irrelevante o dano provocado pelas telas dos computadores. 

“A quantidade de energia emitida pelos aparelhos eletrônicos é muito baixa comparada à luz solar natural. Os últimos estudos mostram que devemos nos preocupar com a luz visível natural”, explica a médica.

• Protetor solar com repelente 

Cuidado! Pode parecer tentador ter tudo em um produto só, mas o problema dos multifuncionais é a quantidade que você aplica e a frequência das reaplicações. O protetor solar deve ser aplicado de forma generosa; o repelente de insetos deve ser aplicado em fina camada e com menos frequência do que o protetor solar.

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• Toque seco 

Muitas vezes a textura, ou melhor, o veículo do protetor solar também consta no rótulo. São eles: gel, creme, gel-creme, loção, spray, bastão. E também informações como "toque seco", "efeito matte" ou "hidratante". 

Foto: Montagem Homework

"Todos esses são veículos que carregam as partículas protetoras e devem ser considerados na hora da escolha de um fotoprotetor, pois uma textura adequada ao seu tipo de pele e rotina ajuda na adesão ao uso diário”, finaliza Ana Maria Pellegrini.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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