Náuseas, diarreias e dor abdominal: provavelmente você está com intoxicação alimentar. A doença acompanha ainda outros sintomas, como vômitos, febre, desidratação, perda de peso e queda da pressão arterial, nos casos mais graves, e é o resultado da ingestão de água ou alimentos contaminados.
O Dr. André Augusto Pinto, cirurgião geral e cirurgião bariátrico da Clínica Gastro ABC, explica que agentes como vírus (rotavírus), bactérias (Salmonella, Shigella, Clostridium, E. Coli, etc) e fungos ou suas respectivas toxinas podem contaminar a água e a comida que ingerimos durante a manipulação, preparo e armazenamento. Além disso, alguns produtos químicos também podem causar a doença.
Contudo, a intoxicação alimentar não é o único risco que se corre ao consumir algo contaminado. De acordo com André, ingerir comida estragada pode causar uma série de doenças. "É o caso das diarreias de origem viral ou bacteriana, parasitoses intestinais, toxoplasmose e até doenças mais raras e graves, como o botulismo", adverte o médico.
Alimentos que exigem atenção
Segundo o cirurgião geral, qualquer tipo de alimento contaminado pode causar intoxicação, principalmente os de origem animal, como carne e ovos. Isso porque eles geralmente estão armazenados e em estado de conservação há mais tempo.
"Qualquer tipo de alimento mais acondicionado e armazenado pode causar diarreia, mas os peixes, crustáceos e alimentos crus, mais sensíveis ao calor, têm uma tendência maior de causar intoxicação alimentar e diarreia", destaca o profissional.
No entanto, não é preciso evitar determinados alimentos para prevenir a intoxicação alimentar. Na verdade, algumas medidas simples podem evitar a doença. O Dr. André recomenda, por exemplo, o saneamento básico, cuidado ao preparar os alimentos e medidas básicas de higiene pessoal, como lavar as mãos antes das refeições e depois de usar o banheiro.
Quando procurar um médico
No caso de uma intoxicação alimentar leve, a hidratação oral, o repouso e uma dieta leve devem ser o suficiente para suprimir os sintomas. Mas, se o desconforto persistir, é preciso procurar ajuda médica.
O Dr. André indica quando ir ao hospital: "Quando a diarreia persiste por mais de 24 a 48 horas, o paciente apresenta fraqueza, náuseas/vômitos que impedem o uso de medicamentos via oral, e hidratação oral e febre persistente".
Conforme o médico, o tratamento de intoxicação alimentar bacteriana inclui o uso de antibiótico específico. "Geralmente o diagnóstico é clínico e leva em conta os sintomas da doença, verificar se outras pessoas da família ou contactantes apresentam os mesmos sintomas, além de identificar o microorganismo presente no alimento suspeito da contaminação. Os exames mais comuns são além do exame físico, o hemograma, exames de fezes, além de cultura de fezes e sangue", detalha o especialista.