Ney Latorraca: o que é câncer de próstata? Quais são os sinais de alerta?

Ator morreu nesta quinta, 26, no Rio. Ele lutava contra um câncer de próstata desde 2019. Doença é a segunda mais comum entre os homens, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA)

26 dez 2024 - 13h24

O célebre ator Ney Latorraca, de 80 anos, morreu nesta quinta-feira, 26, no Rio de Janeiro, em decorrência de uma sepse pulmonar (entenda melhor aqui), de acordo com a assessoria dele. Ele estava internado desde 20 de dezembro na Clínica São Vicente, da Gávea.

Latorraca também lutava contra um câncer de próstata, o segundo tipo de tumor mais comum entre homens no Brasil, desde 2019. O ator foi operado, retirou a próstata e foi considerado em remissão (quando não há sinais detectáveis de câncer nos exames médicos). A doença voltou em agosto deste ano, já com metástase.

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De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. A próstata é uma glândula que só o homens possuem e está localizada na parte baixa do abdômen, logo abaixo da bexiga e à frente do reto (parte final do intestino grosso). É um órgão pequeno, com a forma de maçã.

Ator, de 80 anos, morreu na quarta, 26, no Rio
Ator, de 80 anos, morreu na quarta, 26, no Rio
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

Fatores de risco

A idade elevada é um fator de risco importante, segundo o INCA. Tanto a incidência (novos casos) quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 60 anos.

Outros fatores de risco são:

  • Histórico familiar: pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, o que pode estar relacionado a fatores genéticos quanto hábitos relacionados ao estilo de vida de risco compartilhado entre familiares.
  • Excesso de gordura corporal (sobrepeso e obesidade).
  • Tabagismo.
  • Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio), ao arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), a produtos de petróleo, a motor de escape de veículo, a hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), à fuligem e a dioxinas.

Conforme mostrou o Estadão, um estudo publicado no The British Journal of Sports Sports Medicine ofereceu um vislumbre de como a atividade física regular afeta o risco de câncer de próstata.

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Em um dos maiores esforços desse tipo até hoje, os pesquisadores coletaram dados entre 1982 e 2019 de 57.652 homens suecos que haviam participado de pelo menos dois testes de condicionamento físico para verificar se aqueles que eram mais ativos tinham menos probabilidade de desenvolver câncer. Cerca de 1% foi posteriormente diagnosticado com câncer de próstata.

A equipe descobriu que aqueles que melhoraram o condicionamento físico ao longo dos anos tinham 35% menos probabilidade de serem diagnosticados com a doença.

Sintomas

O INCA explica que, na fase inicial, o câncer da próstata tem uma evolução silenciosa.

"Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite)", explica.

Na fase avançada, ele pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.

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Envelhecimento populacional

Conforme mostrou o Estadão, a incidência global do câncer de próstata deve dobrar até 2040. Os números devem saltar de 1,4 milhão, registrados em 2020, para 2,9 milhões, de acordo com uma pesquisa publicada na revista The Lancet.

O número de mortes, além disso, deve ter um aumento de 85%. Os registros devem chegar a cerca de 700 mil óbitos.

"O aumento dos casos ocorre porque a população está envelhecendo", explicou Nick James, um dos autores da análise, em entrevista ao Estadão. "Nos próximos anos, haverá mais homens com mais de 60 ou 70 anos", acrescenta ele, que é professor do Instituto de Pesquisa sobre Câncer (ICR), da Inglaterra.

O que é metástase?

Metástases são chamadas também de tumores secundários e são, de forma simplificada de se dizer, como "implantes" de um tumor que se originou em outro órgão.

Por exemplo, digamos que o paciente tenha um tumor primário no pulmão, ele pode emitir células que caem na corrente sanguínea ou linfática, que, por sua vez, podem atingir outras estruturas do corpo, como o fígado, o cérebro ou o intestino.

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Não há informações sobre os outros focos tumorais de Latorraca.

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