Nova insulina de uso semanal mostra eficácia em diabetes tipo 2

A insulina efsitora tem o potencial de fornecer níveis de glicose mais estáveis, reduzindo a variabilidade do açúcar no sangue ao longo da semana

11 set 2024 - 22h47

Uma nova insulina de uso semanal, a efsitora alfa, mostrou ser tão eficaz quanto as injeções diárias em pacientes com diabetes tipo 2. Essa descoberta, revelada pela Eli Lilly and Company, promete melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes ao reduzir a frequência das injeções.

A principal vantagem da insulina semanal é a redução do número de injeções
A principal vantagem da insulina semanal é a redução do número de injeções
Foto: depositphotos.com / imagepointfr / Perfil Brasil

Os estudos clínicos destacaram que a insulina semanal controlou a hemoglobina glicada (HbA1C) de forma não inferior à insulina diária. Essa eficácia semelhante, aliada à conveniência de menos aplicações, representa um avanço significativo no tratamento do diabetes.

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Resultados promissores em estudos clínicos

Os ensaios clínicos sobre a insulina efsitora alfa foram divididos em dois estudos de fase 3: o QWINT-1 e o QWINT-3. O primeiro avaliou a insulina semanal em pacientes que nunca haviam usado insulina, enquanto o segundo focou em pacientes que já utilizavam insulina basal diariamente.

No estudo QWINT-1, a insulina semanal reduziu a hemoglobina glicada em 1,31%, enquanto a insulina glargina diária reduziu em 1,27%. No QWINT-3, a insulina semanal reduziu a HbA1C em 0,86%, comparado aos 0,75% da insulina degludeca diária.

Quais são as vantagens da insulina semanal?

A principal vantagem da insulina semanal é a redução do número de injeções. Enquanto com a insulina diária um paciente necessita de 365 injeções por ano, com a insulina semanal esse número cai para apenas 52 aplicações. Essa simplicidade é um divisor de águas para muitos pacientes que têm dificuldades com a adesão ao tratamento devido ao desconforto e complexidade das injeções diárias.

Segundo Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly Brasil, a substituição de injeções diárias por semanais mantém o mesmo perfil de eficácia e segurança. Isso pode contribuir para uma melhor adesão ao tratamento e, consequentemente, para uma melhora na qualidade de vida dos pacientes.

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Como foram conduzidos os estudos clínicos?

Os ensaios clínicos QWINT-1 e QWINT-3 tiveram metodologia rigorosa para avaliar a eficácia e segurança da insulina efsitora. O QWINT-1 durou 52 semanas e envolveu 796 participantes que não usavam insulina anteriormente. Eles foram randomizados para receber efsitora semanal ou insulina glargina diária.

Já o estudo QWINT-3 envolveu 986 participantes, acompanhados por 78 semanas. Eles foram divididos de forma aleatória para receber efsitora semanal ou insulina degludeca diária. Em ambos estudos, o objetivo principal era avaliar a eficácia da insulina à semana 52 e 26, respectivamente.

O que é a Insulina efsitora?

A insulina efsitora é uma insulina basal semanal, desenvolvida especificamente para administração subcutânea uma vez por semana. Ela tem o potencial de fornecer níveis de glicose mais estáveis, reduzindo a variabilidade do açúcar no sangue ao longo da semana. Está em estudo de fase 3 para pacientes com diabetes tipo 1 e 2, tendo mostrado resultados promissores também em estudos como o QWINT-2 e QWINT-5.

No QWINT-2, publicado no The New England Journal of Medicine, o tratamento com efsitora foi comparado ao uso da insulina degludeca diária em pacientes com diabetes tipo 2 que nunca usaram insulina. O estudo mostrou que a efsitora ajudou esses pacientes a atingir níveis de hemoglobina glicada inferiores a 7%.

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No QWINT-5, divulgado no The Lancet, o uso da efsitora foi avaliado em pacientes com diabetes tipo 1 que necessitam de múltiplas injeções diárias de insulina. A efsitora reduziu a hemoglobina glicada em 0,53%, um resultado comparável aos 0,59% da insulina degludeca diária.

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