Antes mesmo do mundo enfrentar a pandemia de Covid-19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia adicionado o que chamou de "Doença X" a uma pequena lista de agentes patogênicos com grau de alta prioridade para pesquisa. É o mesmo status de doenças como ebola e a síndrome respiratória aguda grave (SARS).
Para a OMS, o estudo visa "permitir uma preparação precoce e transversal em pesquisa e desenvolvimento que também seja relevante" para uma doença desconhecida. É ideia de se antever, despertada pela crise humanitária que assolou o continente africano entre 2014 e 2016.
Como lembra o jornal O Estado de S. Paulo, não havia produtos prontos para serem implementados a tempo de salvar as milhares de vidas em risco. Com isso, a OMS criou um plano para acelerar o desenvolvimento de recursos destinados a combater a disseminação e o impacto de "doenças prioritárias". Algumas delas foram a Zika, vírus Nipah, Covid-19 e hoje a própria Doença X.
De acordo com a publicação, grupos como a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias apoiam plataformas de vacinas que possam ser desenvolvidas dentro de 100 dias após o surgimento de um vírus com potencial pandêmico. A nível de comparação, a primeira vacina contra a Covid-19 foi aprovada 326 dias após a divulgação da sequência genética do vírus SARS-CoV-2 — período já considerado curto graças ao trabalho de preparação da Doença X, iniciado em 2017.
Em meio a isso, outras ações executadas pela OMS passam por atualizar o Regulamento Sanitário Internacional e desenvolver um novo acordo global para proteger o mundo de emergências futuras; criar um novo fundo de investimentos, aprovado pelo Banco Mundial; e organizar um Centro para Inteligência sobre Pandemias e Epidemias, entre outras medidas. Apesar dos esforços, problemas como o enfraquecimento dos sistemas de saúde enfraquecidos a manutenção do projeto.
