O que é bomba de morfina, plano B de jovem com a 'pior dor do mundo'?

Brasileira Carolina Arruda , que cogita eutanásia, falou sobre a possibilidade de implantar o dispositivo caso o tratamento não dê resultado

31 jul 2024 - 05h00
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Foto: Reprodução/Instagram/@caarrudar

Carolina Arruda, 27, brasileira que ficou conhecida por sentir “pior do dor do mundo”, passou por mais uma etapa do procedimento médico que tenta amenizar seus sintomas causados pela neuralgia.

No procedimento do último sábado (27), anestésicos foram injetados no nervo de Carolina e eletrodos foram implantados na cervical alta, para estimular a parte posterior, que faz comunicação com o trigêmeo, e no Gânglio de Gasser (na lateral do rosto), base do nervo trigêmeo.

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Em suas redes sociais, a jovem que sofre há mais de 10 anos com a doença, comentou que tem um ‘plano B’ a ser tentado caso o procedimento não dê resultados: a bomba de morfina. 

Em entrevista ao Terra Você, Vital Fernandes Araújo, médico pós-graduado em Medicina Ortomolecular e Psiquiatria, conta que a bomba de infusão de morfina é um dispositivo médico utilizado para administrar doses controladas de morfina diretamente dentro do corpo do paciente. 

O médico explica que geralmente esse dispositivo é implantado cirurgicamente sob a pele do abdômen do paciente e um cateter é conectado à bomba é posicionado direto na medula espinhal do paciente, espaço conhecido como intratecal. 

A bomba é programada para liberar doses precisas de morfina ao longo do dia e isso depende da indicação de um médico que vai definir essa quantidade e frequência de administração conforme a resposta do paciente a esse tratamento. 

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O médico ainda explica que, caso necessite, essa bomba precisa ser reabastecida através de uma pequena incisão na pele para colocar mais medicação.

Benefícios

Quanto aos benefícios da bomba de morfina, o alívio da dor aparece como principal alvo. O médico explica que a morfina é um dos mais potentes analgésicos que existem, então oferece alívio eficaz da dor. 

A menor dose necessária também é benéfica ao paciente, já que usando ela diretamente na medula espinhal, a dose necessária para atingir o resultado é menor do que na administração oral. Doses mais altas podem levar a mais efeitos colaterais.

Riscos

Embora a bomba de morfina apresenta muitos benefícios, também existem riscos relacionados. O médico destaca o risco de infecção e/ou hemorragia, como em qualquer procedimento cirúrgico. 

“Outra coisa também são complicações relacionadas ao dispositivo, como deslocamento do cateter, que pode se deslocar e reduzir a eficácia do alívio da dor. Obstrução do cateter pode acontecer também, falha na bomba, por ser um mecanismo mecânico e isso pode gerar uma complicação. Também tem complicações relacionadas à medicação, à morfina propriamente dita”, cita o profissional.

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Ele explica que a liberação excessiva da morfina pode ocasionar em uma overdose, levando a problemas respiratórios, sedação extrema e, em casos mais graves, até mesmo a morte. 

A interrupção abrupta do medicamento também pode ocasionar em síndrome de abstinência, causando constipação, náusea, sonolência e confusão mental. 

Além disso, em casos raros, a inserção desse cateter pode gerar complicações neurológicas, levando à fraqueza, dormência ou paralisia ou meningite. 

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Quem pode usar a bomba de morfina?

O profissional destaca que para o tratamento com bomba de fusão de morfina, uma avaliação criteriosa dos pacientes é essencial. Devem ser considerados os seguintes pontos:

  • Condição médica subjacente: Avalie a condição que causa a dor crônica, como câncer, dor neuropática ou lombar. Identifique a síndrome específica e sua gravidade.
  • Resistência a tratamentos convencionais: O tratamento invasivo só é indicado se o paciente não responder a tratamentos convencionais. Se houver falha nesses tratamentos, a bomba pode ser uma opção.
  • Avaliação psicológica: O paciente deve ter estabilidade emocional para lidar com a morfina, um medicamento potencialmente viciante. É crucial garantir a capacidade de regular e acompanhar o tratamento.
  • Capacidade de compreensão: O paciente deve entender o tratamento, que requer monitoramento e ajustes regulares da dose.
  • Condições físicas: Avalie o estado geral do paciente para garantir que ele possa suportar a cirurgia e esteja livre de infecções, pois a implantação envolve um corpo estranho.
  • Teste de infusão: Um teste de infusão para verificar se o paciente terá uma resposta positiva ao tratamento precisa ser feito. Somente após uma resposta positiva, a implantação da bomba deve prosseguir.

Esses critérios asseguram que o tratamento seja adequado e seguro para o paciente.

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Fonte: Redação Terra Você
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