O que é febre do mayaro e como distinguir da dengue

Com sintomas semelhantes à dengue e Chikungunya, febre do mayaro pode ser confundida com essas doenças e precisa de diagnóstico laboratorial

10 jun 2024 - 15h42
(atualizado às 15h57)
Resumo
Febre do Mayaro é uma doença aguda, causada pelo vírus Mayaro, transmitido por artrópodes, cujos sintomas são semelhantes à Dengue e Chikungunya. Ocorre principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.
A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é semelhante à Dengue e à Chikungunya
A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é semelhante à Dengue e à Chikungunya
Foto: iStock

O vírus Mayaro é considerado endêmico na região amazônica, que envolve os estados da região Norte e Centro-Oeste. O vírus ocorre em áreas de mata, rural ou silvestre e geralmente afeta pessoas que frequentam espaços onde macacos e vetores silvestres habitam.

O primeiro surto no Brasil foi descrito em 1955, às margens do rio Guamá, próximo de Belém, no Pará, de acordo com o Ministério da Saúde.

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Desde então, casos esporádicos e surtos localizados têm sido registrados nas Américas, incluindo a região Amazônica do Brasil, principalmente nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste.

O que é febre do mayaro?

A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à Dengue e à Chikungunya. A doença é causada pelo vírus Mayaro (MAYV), um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) da família Togaviridae, gênero Alphavirus, assim como o vírus Chikungunya (CHIKV), ao qual é relacionado genética e antigenicamente.

Sintomas da febre do mayaro

De acordo com Ministério da Saúde, as manifestações clínicas nos pacientes com Mayaro são semelhantes àquelas provocadas pelo vírus Chikungunya e outros arbovírus. O quadro clínico têm  início súbito com febre, entre 39 e 40°C, acompanhada de:

  • Dor de cabeça;
  • Artralgia;
  • Mialgia;
  • Edemas articulares;
  • Calafrios;
  • Dor retro-orbital;
  • Mal-estar;
  • Erupção cutânea (exanema);
  • Vômitos e diarreia. 

Em alguns casos, podem ser referidos náusea, tosse, dor de garganta, dor abdominal, congestão nasal, prurido, anorexia, nódulos linfáticos inchados e sangramento da gengiva. 

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O Ministério afirma que aproximadamente 20% dos casos apresentam edema (inchaço) articular, especialmente nos pulsos, dedos, tornozelos e dedos dos pés. 

Sintomas de dengue que podem ser confundidos com outras doenças Sintomas de dengue que podem ser confundidos com outras doenças

A presença de exantema é mais comum em crianças do que em adultos e normalmente aparece no quinto dia da doença, podendo persistir por dias. O quadro clínico agudo pode persistir por 1 a 2 semanas.

“Depois de identificar alguns desses sintomas, é preciso procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre seu local de residência, trabalho, passeio ou qualquer viagem para áreas rurais, de mata ou silvestres, nos últimos 15 dias antes do início dos sintomas. Também é importante informar se foi observada a presença de macacos, sadios ou doentes no local visitado recentemente”, indica a pasta.

Como distinguir febre do mayaro da dengue?

Por ter sintomas similares ao da dengue, o diagnóstico laboratorial é fundamental para a conclusão da causa etiológica, em conjunto com os achados clínicos e epidemiológicos. Ele pode ser realizado a partir de provas diretas (isolamento viral, biologia molecular) ou indiretas (sorologias).

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A suspeita se dá a partir da avaliação clínica do paciente, com base nos sintomas descritos, e do histórico de exposição a situações de risco nos 15 dias que antecedem o início dos sintomas, segundo o Ministério da Saúde.

Como surge a febre do mayaro

É importante ressaltar que a Febre do Mayaro não é contagiosa, portanto, não há transmissão de pessoa a pessoa ou de animais a pessoas. Ela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus Mayaro.

Tratamento e prevenção

O Ministério da Saúde destaca que não existe terapia específica ou vacina para o tratamento da Febre do Mayaro. Os pacientes devem permanecer em repouso, acompanhado de tratamento sintomático, com analgésicos e drogas anti-inflamatórias, que podem proporcionar alívio da dor e da febre.

As medidas de prevenção consistem em evitar o contato com áreas de ocorrência, minimizar a exposição à picada do vetor, seja por meio de recursos de proteção individual (uso de repelentes, roupas compridas) ou coletiva (uso de cortinas; mosquiteiros, principalmente em área rural e silvestre, além de evitar exposição em área afetada), principalmente entre às 9h e 16 horas. Dessa forma, recomenda-se:

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  • Evitar exposição em áreas de mata sobretudo desprotegido, durante o período de maior atividade do mosquito transmissor da doença;
  • Uso de roupas compridas e repelentes podem ajudar a evitar contato com o vetor silvestre e diminuir o risco de infecção;
  • Uso de mosquiteiros, principalmente em área rural e silvestre;
  • Evitar exposição em área afetada (com transmissão ativa).
Fonte: Redação Terra Você
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