Febre do Mayaro é uma doença aguda, causada pelo vírus Mayaro, transmitido por artrópodes, cujos sintomas são semelhantes à Dengue e Chikungunya. Ocorre principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil.
O vírus Mayaro é considerado endêmico na região amazônica, que envolve os estados da região Norte e Centro-Oeste. O vírus ocorre em áreas de mata, rural ou silvestre e geralmente afeta pessoas que frequentam espaços onde macacos e vetores silvestres habitam.
O primeiro surto no Brasil foi descrito em 1955, às margens do rio Guamá, próximo de Belém, no Pará, de acordo com o Ministério da Saúde.
Desde então, casos esporádicos e surtos localizados têm sido registrados nas Américas, incluindo a região Amazônica do Brasil, principalmente nos estados das regiões Norte e Centro-Oeste.
O que é febre do mayaro?
A Febre do Mayaro é uma doença infecciosa febril aguda, cujo quadro clínico geralmente é de curso benigno, semelhante à Dengue e à Chikungunya. A doença é causada pelo vírus Mayaro (MAYV), um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes) da família Togaviridae, gênero Alphavirus, assim como o vírus Chikungunya (CHIKV), ao qual é relacionado genética e antigenicamente.
Sintomas da febre do mayaro
De acordo com Ministério da Saúde, as manifestações clínicas nos pacientes com Mayaro são semelhantes àquelas provocadas pelo vírus Chikungunya e outros arbovírus. O quadro clínico têm início súbito com febre, entre 39 e 40°C, acompanhada de:
- Dor de cabeça;
- Artralgia;
- Mialgia;
- Edemas articulares;
- Calafrios;
- Dor retro-orbital;
- Mal-estar;
- Erupção cutânea (exanema);
- Vômitos e diarreia.
Em alguns casos, podem ser referidos náusea, tosse, dor de garganta, dor abdominal, congestão nasal, prurido, anorexia, nódulos linfáticos inchados e sangramento da gengiva.
O Ministério afirma que aproximadamente 20% dos casos apresentam edema (inchaço) articular, especialmente nos pulsos, dedos, tornozelos e dedos dos pés.
A presença de exantema é mais comum em crianças do que em adultos e normalmente aparece no quinto dia da doença, podendo persistir por dias. O quadro clínico agudo pode persistir por 1 a 2 semanas.
“Depois de identificar alguns desses sintomas, é preciso procurar atendimento médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre seu local de residência, trabalho, passeio ou qualquer viagem para áreas rurais, de mata ou silvestres, nos últimos 15 dias antes do início dos sintomas. Também é importante informar se foi observada a presença de macacos, sadios ou doentes no local visitado recentemente”, indica a pasta.
Como distinguir febre do mayaro da dengue?
Por ter sintomas similares ao da dengue, o diagnóstico laboratorial é fundamental para a conclusão da causa etiológica, em conjunto com os achados clínicos e epidemiológicos. Ele pode ser realizado a partir de provas diretas (isolamento viral, biologia molecular) ou indiretas (sorologias).
A suspeita se dá a partir da avaliação clínica do paciente, com base nos sintomas descritos, e do histórico de exposição a situações de risco nos 15 dias que antecedem o início dos sintomas, segundo o Ministério da Saúde.
Como surge a febre do mayaro
É importante ressaltar que a Febre do Mayaro não é contagiosa, portanto, não há transmissão de pessoa a pessoa ou de animais a pessoas. Ela é transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus Mayaro.
Tratamento e prevenção
O Ministério da Saúde destaca que não existe terapia específica ou vacina para o tratamento da Febre do Mayaro. Os pacientes devem permanecer em repouso, acompanhado de tratamento sintomático, com analgésicos e drogas anti-inflamatórias, que podem proporcionar alívio da dor e da febre.
As medidas de prevenção consistem em evitar o contato com áreas de ocorrência, minimizar a exposição à picada do vetor, seja por meio de recursos de proteção individual (uso de repelentes, roupas compridas) ou coletiva (uso de cortinas; mosquiteiros, principalmente em área rural e silvestre, além de evitar exposição em área afetada), principalmente entre às 9h e 16 horas. Dessa forma, recomenda-se:
- Evitar exposição em áreas de mata sobretudo desprotegido, durante o período de maior atividade do mosquito transmissor da doença;
- Uso de roupas compridas e repelentes podem ajudar a evitar contato com o vetor silvestre e diminuir o risco de infecção;
- Uso de mosquiteiros, principalmente em área rural e silvestre;
- Evitar exposição em área afetada (com transmissão ativa).