O Ministério da Saúde fez um alerta sobre o aumento de casos da febre oropouche no Brasil, doença transmitida por mosquitos, cujo diagnóstico deve ser feito em laboratório e o tratamento é sintomático com repouso e acompanhamento médico.
O Ministério da Saúde fez um alerta para o aumento e a disseminação da febre do oropouche no Brasil. Segundo o órgão, o país já contabiliza mais de 5 mil casos da doença, número cinco vezes maior do que o registrado no ano passado (832). Neste cenário, a pasta chama a atenção de profissionais da saúde para a importância do diagnóstico correto dos pacientes.
O que é febre oropouche?
A febre oropouche é uma doença de rápida transmissão, comum em regiões tropicais. A febre é causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV), que segundo o Ministério da Saúde, foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960. A doença é considerada endêmica na região amazônica, onde concentra a maior parte dos casos, porém, já foi identificada em outras regiões do país.
O diagnóstico da febre oropouche é clínico e deve ser feito em laboratório, uma vez que os sintomas são parecidos com os de outras doenças. A febre oropouche "compõe a lista de doenças de notificação compulsória, classificada entre as doenças de notificação imediata, em função do potencial epidêmico e da alta capacidade de mutação, podendo se tornar uma ameaça à saúde pública", segundo um comunicado do Ministério da Saúde.
Como acontece a transmissão
Mosquitos são os principais transmissores da febre oropouche. Segundo o Ministério da Saúde, existem dois tipo de ciclos de transmissão da doença:
- Ciclo silvestre: Neste caso animais como macacos e bichos-preguiça são hospedeiros do vírus. O principal transmissor do ciclo é o chamado mosquito-pólvora.
- Ciclo urbano: Os principais hospedeiros da febre oropouche no ciclo urbano são os humanos. "O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, comumente encontrado em ambientes urbanos, pode ocasionalmente transmitir o vírus também", afirma o comunicado da pasta.
Mesmo após picar um animal ou uma pessoa, o vírus permanece no sangue do mosquito e pode ser transmitido para outras pessoas, por meio de outras picadas.
Sintomas da febre oropouche
Os sintomas de quem está infectado com febre oropouche são semelhantes aos de pacientes com dengue ou chikungunya. As principais reações da doença são:
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Dor nas articulações
- Náusea
- Diarreia
O que fazer em caso de suspeita de febre oropouche
Segundo o Ministério da Saúde, não existe tratamento específico para a febre oropouche. "Os pacientes devem permanecer em repouso, com tratamento sintomático e acompanhamento médico".
Surto de febre oropouche no Brasil em 2024
O número de pessoas infectadas com febre oropouche no Brasil aumentou mais de seis vezes em 2024, em relação ao ano passado. De acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério da Saúde, até o dia 17/5 foram registrados 5.102 casos da doença. Enquanto isso, em 2023 houve 835 registros de pessoas com febre oropouche no país.
Como se proteger
Considerando que os mosquitos são os principais vetores de transmissão da febre oropouche, o ideal é evitar locais onde há muitos dos insetos – principalmente nas regiões onde há maior incidência da doença.
Outra medida de prevenção é remover possíveis locais que possam levar a acúmulo de água – onde os mosquitos costumam se procriar. "Em caso de sintomas suspeitos, procure ajuda médica imediatamente e informe sobre sua exposição potencial à doença", alerta a pasta.