A ginecomastia é uma condição na qual há o aumento de uma ou de ambas as mamas dos homens, graças a uma inflamação do tecido glandular mamário.
A ginecomastia é uma condição que pode afetar os homens em diversas fases da vida, com destaque para o período da puberdade, quando uma série de outras mudanças corporais e hormonais estão acontecendo no organismo humano.
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As causas da ginecomastia são variadas e, em geral, o tratamento da condição é simples, sem necessidade de intervenção cirúrgica.
Porém, é importante buscar orientação profissional em casos mais graves ou persistentes, quando a ginecomastia não desaparece totalmente de maneira espontânea, sem necessidade de intervenção cirúrgica.
O que é a ginecomastia?
A ginecomastia é uma condição na qual há o aumento de uma ou de ambas as mamas dos homens, graças a uma inflamação do tecido glandular mamário, com destaque para duas estruturas que estão presentes nas mamas:
- Ductos: canais que, nas mulheres, são usados para transporte de leite durante a amamentação; ,
- Estroma periductal: tecido importante para sustentar as mamas.
Esse crescimento é considerado benigno, ou seja, sem capacidade de invasão ou destruição de tecidos, ao contrário de tumores malignos, presentes em doenças como o câncer.
"É uma proliferação benigna do tecido mamário em homens. Decorre do aumento do estímulo estrogênico sobre o androgênico. Pode ser fisiológica ou secundária a alguma medicação, ou problema de saúde", garantiu em entrevista exclusiva para o Sport Life a endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês Dr.ᵃ Paula Fábrega.
A ginecomastia, condição que afeta até 60% dos adolescentes, pode ser classificada em diferentes estágios, que nem sempre são apresentados em um mesmo indivíduo, e que podem influenciar no tipo de tratamento que será indicado.
Quais os tipos de ginecomastia?
Entre os tipos de ginecomastia, estão:
- Ginecomastia grau 1: quando há o aumento discreto das mamas, sem excesso de pele, que costuma ser solucionado de maneira espontânea, ao longo do tempo;
- Ginecomastia grau 2: tipo comum de ginecomastia, que pode se apresentar em subtipos grau 2 A (com aumento de volume gorduroso, em geral na parte inferior do peito) e grau 2 B (com aumento de gordura e excesso de pele na região;
- Ginecomastia grau 3: quando o aumento das mamas é muito mais significativo do que em quadros anteriores, situação também conhecida como macroginecomastia, que causa a queda da pele das mamas.
Além disso a ginecomastia pode ser classificada entre duas modalidades:
- Fisiológica, presente em momentos da infância, adolescência (principalmente puberdade) e na terceira idade, com regressão espontânea entre 6 meses a 2 anos;
- Secundária, quando existem outras causas por trás da ginecomastia para além de fatores como a idade.
Quais são os sintomas da ginecomastia?
Entre os sintomas mais comuns da ginecomastia, estão:
- Aumento das mamas e diferenças de tamanho significativas entre elas;
- Presença de protuberâncias ou inchaços abaixo, ou atrás da aréola;
- Em algumas situações, aumento ou escurecimento da aréola;
- Maior sensibilidade ou mesmo dor na região.
Um quadro de ginecomastia também pode trazer problemas relacionados à autoimagem e, principalmente, autoestima. Por isso, antes que ocorra o agravamento da situação ou mesmo o desenvolvimento de distúrbios que piorem a saúde mental, deve-se entender as causas do aumento das mamas e o tratamento adequado para a ginecomastia.
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O que causa a ginecomastia?
A ginecomastia, geralmente, é causada pelo desequilíbrio hormonal entre a testosterona, importante no organismo masculino, e o estrogênio, importante para o desenvolvimento das mamas e que, geralmente, é mais presente no organismo feminino do que no masculino.
Quando as quantidades desses hormônios estão desequilibradas, os homens podem desenvolver o quadro de ginecomastia. A desregulação dos hormônios pode acontecer de maneira natural durante um período da vida, com o organismo regulando a presença dos hormônios posteriormente.
Além disso, existem outras condições para além das naturais que podem favorecer o equilíbrio hormonal, como por exemplo:
- Problemas na tireoide, como o hipertireoidismo;
- Obesidade;
- Insuficiências renal ou hepática;
- Infecções nos testículos;
- Uso de determinados medicamentos que tenham estrogênio ou que provoquem como efeito colateral o desequilíbrio hormonal, como antidepressivos;
- Uso de anabolizantes.
Como tratar ginecomastia?
O tratamento da ginecomastia envolve a análise clínica de pacientes realizada por endocrinologista ou por mastologista, que podem recomendar a realização de exames físicos e laboratoriais para a verificação dos hormônios do paciente.
Em determinados casos, também pode ser recomendada a ultrassonografia e a mamografia, para diferenciar a ginecomastia de outros problemas de saúde.
"É importante a diferenciação de ginecomastia que é o aumento do volume da glândula mamária de lipomastia, que é o aumento da mama por infiltração de gordura e não refletindo um aumento verdadeiro do tecido mamário", diz a Dr.ᵃ Paula Fábrega.
O diagnóstico é realizado de maneira individualizada, conforme o histórico do paciente. Pode-se recomendar, por exemplo, o uso de medicações que bloqueiam o efeito do estrogênio ou sua produção no organismo, ou remédios para aumento de testosterona.
Se a causa do aumento das mamas for o uso de medicamentos causadores de desequilíbrio hormonal, os especialistas podem recomendar a troca da medicação ou sua interrupção até o quadro de ginecomastia ser revertido.
Caso o quadro de ginecomastia não melhore de maneira espontânea ou após intervenção medicamentosa, o profissional de saúde poderá avaliar a necessidade de cirurgia, para a remoção de glândulas ou do excesso de gordura da região da mama.
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