Terapias orais e combinadas, novos cosmecêuticos e até inteligência artificial são novas promessas para diminuir as manchas
Cuidar do melasma sempre foi um desafio para a dermatologia. Por isso, cientistas se debruçam cada vez mais em pesquisas para chegar a tratamentos que melhoram a aparência das manchas escuras na pele, especialmente em áreas expostas ao sol, como o rosto.
Prova disso é que durante o IMCAs (International Master Course on Aging Science), principal congresso de dermatologia e ciência do envelhecimento, que foi realizado em fevereiro em Paris, foram apresentados alguns estudos que mostravam passos importantes no tratamento do melasma.
Os avanços no tratamento do melasma
Um dos destaques foi uma aula master conduzida pelas dermatologistas brasileiras Valéria Campos, Célia Kalil e Patricia Felipe França, que mostrou a eficácia da suplementação oral com DecarboxyCarnosineHCL (Glycoxyl®) no tratamento do melasma. Segundo as médicas, a ingestão de 200mg diários dessa substância por 60 dias levou a uma melhora significativa em 60% dos pacientes avaliados em estudos.
O DecarboxyCarnosine HCL (Glycoxyl®) é um composto derivado da carnosina, conhecido por suas propriedades antioxidantes e antiglicantes. A glicação é um processo em que os açúcares se ligam às proteínas, formando produtos finais de glicação avançada (AGEs), que contribuem para o envelhecimento da pele e o surgimento de manchas.
"Esse composto ajuda a tratar o melasma porque inibe a formação de AGEs, que pioram a hiperpigmentação", diz o dermatologista Otávio Macedo. "Além disso, é um antioxidante potente: neutraliza radicais livres que estimulam a produção de melanina. Assim, ajuda a controlar processos inflamatórios que agravam o melasma", completa
Terapias combinadas
Outro destaque foi o uso de terapias combinadas, que misturam skincare com procedimentos injetáveis e tecnologias avançadas. São lasers fracionados não ablativos e radiofrequência monopolar, como o Coolfase. São terapias que ajuda a tratar os problemas de vascularização associados ao melasma. O objetivo é potencializar os resultados e minimizar recaídas.
Tecnologias combinadas com outras formas de terapia regenerativa, como PDRN (composto derivado de fragmentos de DNA do salmão) e exossomos (nanopartículas derivadas de células-tronco, como o ExoCoBio), permitem que esses produtos penetrem melhor na pele. "Com os lasers e radiofrequência 'abrimos caminho' para absorção dessas substâncias na pele, o que chamamos de 'drug delivery'. E elas aceleram a recuperação, minimizam a inflamação pós-procedimento, além de ajudar a modular a pigmentação da pele", afirma Otávio Macedo.
A inteligência artificial a favor do diagnóstico
A tecnologia também foi destaque no simpósio. Ferramentas baseadas em inteligência artificial, como skin analyzer e square mind, estão inovando o diagnóstico do melasma. Dessa forma, é possível uma avaliação mais precisa do tipo e profundidade da pigmentação. Dessa forma, o médico poderá indicar o tratamento mais assertivo.
Novos cosmecêuticos para tratamento de melasmas
Cosmocêuticos são produtos que combinam cosméticos e itens farmacêuticos para melhor tratamento. Eles complementam os procedimentos feitos em consultório e os estudos para o tratamento de melamsa estão em plena evolução. Um exemplo é o Cible Skin, linha francesa de produtos para skincare que deve chegar ao Brasil ainda este ano. Essa linha contém um ativo que promete causar uma reprogramação celular e assim um rejuvenescimento intenso e clareamento da pele.