Obesidade: especialista alerta para o risco de doenças crônicas

Atualmente mais da metade dos brasileiros convivem com o excesso de peso

11 out 2024 - 10h50

No dia 11 de outubro se celebra o Dia Nacional de Prevenção da Obesidade. A data foi uma iniciativa da Federação Latino-Americana de Obesidade com o intuito de promover discussões sobre o impacto crescente do excesso de peso na população. 

A obesidade é uma condição médica associada ao acúmulo de gordura / Foto: Shutterstock
A obesidade é uma condição médica associada ao acúmulo de gordura / Foto: Shutterstock
Foto: Saúde em Dia

Segundo dados de uma pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade, caso as tendências continuem, até o ano de 2044 cerca de 48% dos adultos brasileiros estarão obesos. Além disso, outros 27% terão sobrepeso. Atualmente, esses números já são alarmantes: 56% dos brasileiros já convivem com essa realidade, sendo 34% em obesidade e 22% em sobrepeso.

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A obesidade ainda pode se associar com uma série de complicações graves. É o caso de doenças como a hipertensão, a diabetes tipo II e doenças cardiovasculares. Dessa forma, visto que a condição médica é um fator de risco, é fundamental que medidas para o controle do peso precisam ser prioridade de saúde pública.

Causas

As causas da obesidade podem ser múltiplas, relacionando-se a fatores como comportamento, genética, metabolismo e ambiente. 

  • Alimentação: consumir calorias em excesso faz com que o corpo gaste menos do que ingere, culminando no acúmulo de peso.
  • Atividade física: não praticar exercícios físicos regularmente auxilia no armazenamento de gordura no corpo.  
  • Fatores metabólicos: problemas metabólicos podem mudar a forma como o corpo lida com a energia, influenciando no ganho de peso.
  • Fatores genéticos: alguns tipos de variações genéticas podem influenciar o metabolismo, o apetite e a regulação do peso

A nutróloga e gastroenterologista Jennifer Emerick, explica que o aumento da obesidade é o resultado do estilo de vida dos brasileiros. Os efeitos mais graves se relacionam aos impactos de uma alimentação desequilibrada e a ausência de exercícios físicos regulares. 

"Estamos cada vez mais sedentários e rodeados por alimentos ultraprocessados, a vida acelerada do dia a dia está empurrando e colocando para escolhas alimentares rápidas e, muitas vezes, pouco saudáveis. O problema é que isso tem consequências profundas para a nossa saúde futura", afirma a especialista.

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Algumas questões emocionais e psicossociais também impactam no aumento de peso. "Ansiedade, depressão e estresse têm um papel importante nesse processo. A comida acaba sendo uma válvula de escape para esses sentimentos, o que agrava ainda mais o quadro", esclarece a nutróloga.

Sintomas

Apesar de não apresentar sintomas específicos, a obesidade pode implicar na ocorrência de algumas complicações indicativas. Confira as principais abaixo.

  • Problemas de sono
  • Cansaço excessivo
  • Falta de ar
  • Problemas de pele
  • Complicações ortopédicas

Diagnóstico

O diagnóstico mais comum é feito a partir da análise do IMC. Esse índice leva em conta a divisão do peso em quilos, pela altura em metros ao quadrado. Um IMC igual ou maior que 30 é indicativo de obesidade. Além disso, a recorrência de fatores externos também é um alerta.

  • Distribuição de gordura: a medida da circunferência da cintura auxilia no diagnóstico e o acúmulo de gordura abdominal se liga a ocorrência de problemas de saúde. 
  • Histórico médico: o histórico médico do paciente leva em conta as oscilações de peso no decorrer do tempo, além da análise do uso de alguns medicamentos e condições que podem influenciar no aumento de peso. 
  • Avaliação clínica: o exame físico é feito com o objetivo de avaliar sinais associados à obesidade, como a acantose nigricans. 

Tratamento

O tratamento da condição implica em um esforço de diversas etapas. Para isso, é essencial que haja uma mudança de hábitos e um acompanhamento profissional. Dessa forma, é possível considerar as particularidades de cada paciente, analisando as causas e aplicando medidas efetivas. 

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  • Estilo de vida: a adesão a uma alimentação equilibrada e que evite ultraprocessados é importante para o processo de déficit calórico. Isso porque realizar escolhas mais conscientes e priorizar alimentos de baixa densidade calórica faz que o corpo gaste mais calorias do que consome, resultando na perda de peso.
  • Atividade física: a prática de exercícios físicos regulares é fundamental para impulsionar o gasto calórico e auxiliar na melhora da saúde geral. Atividades aeróbicas e exercícios de fortalecimento são boas opções para introduzir na rotina. 
  • Aconselhamento: o acompanhamento profissional é essencial para definir quais abordagens o paciente deve adotar de modo a tratar a obesidade de maneira efetiva e levando em conta suas causas.  
  • Cirurgia bariátrica: o procedimento se indica para casos específicos como a obesidade grave, associação da condição a complicações ou ainda tratamento clínico não eficaz.

Jennifer ressalta que, embora a incidência da obesidade esteja aumentando, é  possível realizar uma mudança a partir da adoção de melhores hábitos. "Não se trata de cortar alimentos calóricos de vez, mas de buscar um equilíbrio. É possível, sim, comer de tudo, desde que a base da alimentação seja composta por alimentos naturais, como frutas, legumes e verduras", conclui a especialista.

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