Não é o quê, como e quanto se come. Os principais fatores associados à prevalência da obesidade no Brasil são idade, condições socioeconômicas e falta de atividade física. Isso é o que diz uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira (25), com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que diz que seis em cada 10 brasileiros estão com sobrepeso.
Segundo a Agência Brasil, a projeção feita pelos pesquisadores da FGV mostrou que se a obesidade - hoje correspondente a 20,1% da população - mantiver sua taxa de crescimento atual, vai atingir 24,5% dos brasileiros em 2030.
Dentro dessa estimativa, entretanto, há grupos mais vulneráveis. Eles não estão ligados ao consumo de determinados alimentos, fator considerado até pouco relevante pelo estudo, mas sim a questões como estilo de vida e modo de trabalho.
Culpados pelo crescimento da taxa de obesidade
A FGV destacou um maior desequilíbrio entre o consumo de alimentos e o gasto calórico nas populações de baixa renda, que têm maior acesso a alimentos mais baratos e muitas vezes pobres em nutrientes. Do mesmo modo, a baixa escolaridade dessa parcela de indivíduos limita o acesso e o entendimento dos dados nutricionais, o que impacta nos hábitos alimentares deles.
O estudo também indicou que o risco de desenvolver obesidade crônica costuma aumentar junto com o envelhecimento, ficando mais difícil reverter esse quadro quando ele se estabelece ainda na juventude. A obesidade infantil, inclusive, está associada à prevalência da doença durante toda a vida do indivíduo.
De acordo com a publicação, a pesquisa aponta ainda que o leite materno pode ser um aliado contra o desenvolvimento de doenças crônicas. Por conta disso, a interrupção desse aleitamento está entre os fatores multidimensionais que contribuem para os quadros de obesidade infantil.