A agência das Nações Unidas contra a Aids (Unaids) anunciou nesta quarta-feira o lançamento de um novo programa de emergência para combater a Aids na África Ocidental e Central, onde 4,7 milhões de pessoas portadoras do vírus HIV não têm acesso a tratamento.
O anúncio foi feito em Dacar pelo diretor regional da Unaids, Djibril Diallo, na véspera da comemoração do Dia Internacional de Luta contra a Aids.
Com este plano de emergência, que entrará em vigor em janeiro de 2017, a ONU quer avançar no desafio de erradicar a epidemia em 2030, um dos objetivos de Desenvolvimento Sustentável, e de universalizar o tratamento contra o vírus.
Segundo Diallo, em 2015 somente 1,8 milhão de pessoas contagiadas com o HIV na região africana tiveram acesso a remédios anti-retrovirais, o que significa que 4,7 milhões vivem atualmente sem tratamento.
Com este plano, a ONU pretende alcançar até 2020 o denominado "objetivo 90-90-90": que 90% das pessoas que vivem com o HIV recebam diagnóstico, que 90% delas tenham acesso ao tratamento e que 90% das pessoas em tratamento tenham reduzida a carga viral.
"Não se trata um plano comparável ao Plano Marshall com um orçamento determinado, mas de esforços específicos por parte de cada um dos países. Esses esforços serão apoiados pela Unaids, o Fundo Global de Luta contra Aids e a comunidade internacional", explicou Diallo.
Além disso, insistiu, o mais importante deste plano não é o financiamento, mas a mobilização social e as campanhas de informação para sensibilizar, especialmente, os jovens.
A ação pretende conscientizar os mais jovens a fazerem de forma voluntária os exames médicos e para que, caso necessário, se submetam ao tratamento anti-retroviral para evitar o contágio a outras pessoas.
Nigéria e Camarões são os dois países com maior taxa de incidência de HIV. Na Nigéria, com 189 milhões de habitantes, vivem 60% das pessoas infectadas com o vírus na África Ocidental e Central, segundo dados da ONU.
