Oxford e AstraZeneca anunciam retomada de testes da vacina contra covid-19

Após receber informações da agência reguladora britânico e da farmacêutica, Anvisa aprovou fim da suspensão no Brasil.

12 set 2020 - 11h41
(atualizado em 13/9/2020 às 06h05)
Segundo a empresa, autoridade sanitária do Reino Unido atestou ser seguro continuar a pesquisa
Segundo a empresa, autoridade sanitária do Reino Unido atestou ser seguro continuar a pesquisa
Foto: OXFORD UNIVERSITY/John Cairns / BBC News Brasil

A farmacêutica AstraZeneca anunciou neste sábado (12/9) a retomada no Reino Unido dos ensaios clínicos da vacina contra a covid-19, que vem desenvolvendo com a Universidade de Oxford.

Os testes haviam sido suspensos no último dia 8 após um voluntário do Reino Unido ter sofrido reação adversa que poderia estar ligada à imunização. Na ocasião, a empresa não divulgou detalhes sobre o caso — mas uma reportagem do The New York Times afirmou tratar-se de uma mielite transversa, síndrome inflamatória que afeta a medula espinhal.

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Em um comunicado divulgado neste sábado, a companhia afirma que a Autoridade Sanitária do Reino Unido (MHRA na sigla em inglês) teria atestado ser seguro continuar os experimentos.

Desde que eles foram interrrompidos, comitês independentes e agências reguladoras internacionais vinham investigando os dados de segurança da pesquisa. O comitê que avaliava a situação no Reino Unido, segundo a empresa, concluiu a análise e recomendou à MHRA que desse aval à retomada dos trabalhos.

O texto diz ainda que a AstraZeneca e a Universidade de Oxford não podem divulgar outros detalhes médicos sobre o episódio.

Interrupções são comuns em grandes ensaios clínicos no desenvolvimentos de vacina
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Pesquisa no Brasil

No mesmo dia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a aprovação da continuidade do estudo também no Brasil após receber informações da agência reguladora britânica, do comitê independente de segurança do estudo clínico e da AstraZeneca.

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"Após avaliar os dados do evento adverso, sua causalidade e o conjunto de dados de segurança gerados no estudo, a agência concluiu que a relação benefício/risco se mantém favorável e, por isso, o estudo poderá ser retomado", informou.

"É importante destacar que a Anvisa continuará acompanhando todos os eventos adversos observados durante o estudo e, caso seja identificada qualquer situação grave com voluntários brasileiros, irá tomar as medidas cabíveis para garantir a segurança dos participantes."

A vacina de Oxford é uma das mais avançadas entre as mais de 180 pesquisas registradas na Organização Mundial de Saúde (OMS).

Passou com sucesso das fases 1 e 2 de testes e está atualmente na etapa 3, com participação de 30 mil pessoal nos Estados Unidos, Reino Unido, África do Sul e Brasil.

Esta foi a segunda vez que os testes com a vacina foram suspensos. São acontecimentos esperados em grandes ensaios clínicos, segundo o editor de assuntos médicos da BBC, Fergus Walsh, e acontecem quando um voluntário é hospitalizado com algum problema de saúde inesperado ou cujas causas não são conhecidas.

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