Em dezembro de 2023, Drew, um homem de 36 anos de San Antonio, Texas, dirigiu mais de 400 quilômetros até o México na esperança de encontrar Ozempic a um preço mais acessível. No entanto, a viagem resultou em um incidente alarmante ao perceber que as canetas compradas eram falsificadas.
Ao retornar aos Estados Unidos, Drew inspecionou as canetas e notou que pareciam diferentes do esperado. Decidiu compartilhar fotos nas redes sociais, onde rapidamente foi alertado por outros usuários que o produto poderia ser insulina, algo potencialmente fatal devido aos riscos associados a um aumento de insulina no corpo.
Este episódio levanta questões sobre a segurança na compra de medicamentos popularmente desejados e como organizações criminosas estão se aproveitando dessa demanda. A fabricante de Ozempic, Novo Nordisk, autenticava seus lotes com combinações únicas de letras e números para rastrear os produtos. No entanto, a falsificação ainda conseguiu enganar consumidores como Drew.
A identificação de medicamentos falsificados como o caso do Ozempic
Uma das principais maneiras de identificar medicamentos falsificados é verificar os números de lote e a aparência da embalagem. No caso de Drew, as canetas falsas carregavam o número do lote MP5B060, que deveria ser destinado ao Egito, mas apareceu no México.
A regulação irregular de autoridades de saúde ao redor do mundo exacerba o problema. Produtos com o mesmo número de lote foram rastreados em diversos países, do Azerbaijão à Macedônia do Norte, destacando a natureza global da falsificação.
Vale ressaltar que utilizar medicamentos falsificados pode levar a consequências graves e até fatais. Nos Estados Unidos, Nigéria e Iraque, houve hospitalizações relacionadas ao uso de Ozempic falsificado. Um homem no Iraque entrou em coma após usar uma caneta falsa que continha insulina, com seu nível de açúcar no sangue caindo perigosamente.
O problema é mais amplo do que apenas Ozempic. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que produtos farmacêuticos falsificados resultam em aproximadamente um milhão de mortes por ano. Em setembro de 2023, um relatório do CDC dos EUA destacou quase 55 mil mortes relacionadas ao uso de pílulas falsas como o analgésico Oxycontin.
Medidas que estão sendo tomadas
Farmacêuticas como a Novo Nordisk estão trabalhando com autoridades em diversos países para combater a falsificação. No entanto, a complexidade das operações criminosas e a alta demanda por medicamentos como Ozempic tornam o trabalho desafiador. A falsificação representa um comércio lucrativo, estimado pelo Instituto Nacional de Saúde dos EUA em até US $431 bilhões por ano.
Drew, por sua vez, optou por não usar as canetas falsificadas e alertou a comunidade online sobre os perigos, ressaltando a importância de uma vigilância contínua ao comprar medicamentos fora de suas fontes regulares.