Pandemia avança, mas governo lança cartilha de retomada

Portaria, no entanto, reconhece que cabe às autoridades locais avaliar o cenário epidemiológico para afrouxar ou não restrições

19 jun 2020 - 12h26
(atualizado às 12h30)

No momento em que o Brasil chega perto de alcançar 1 milhão de casos do novo coronavírus, o Ministério da Saúde divulgou orientações para a "retomada segura das atividades e o convívio social seguro". Publicada nesta sexta-feira, 19, no Diário Oficial da União, a portaria, no entanto, reconhece que cabe às autoridades locais avaliar o cenário epidemiológico para afrouxar ou não restrições contra a covid-19.

Ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, em Brasília
09/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, em Brasília 09/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

O texto traz recomendações gerais sobre distanciamento social, etiqueta respiratória, higienização de ambientes e uso de equipamentos de proteção individual, como máscaras. Também orienta a elaboração de "plano de ação para a retomada" por todos os setores.

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"Retomar as atividades e o convívio social são também fatores de promoção da saúde mental das pessoas, uma vez que o confinamento, o medo do adoecimento e da perda de pessoas próximas, a incerteza sobre o futuro, o desemprego e a diminuição da renda, são efeitos colaterais da pandemia pelo SARS-COV-2 e têm produzido adoecimento mental em todo o mundo", afirma o ministério. A pasta sugere adotar, "sempre que possível", trabalho remoto e implementação de "atividades de forma virtual", especialmente para atendimento ao público.

Outra recomendação é para triagem e monitoramento de pessoas que podem estar doentes. A pasta recomenda medir a temperatura antes da entrada em estabelecimentos. O ministério não trata, no texto, sobre uso de testes para detecção do vírus ou de anticorpos. Segundo o último balanço do ministério, divulgado na quinta-feira, 18, há 973.142 casos acumulados da covid-19 no Brasil, sendo que cerca de 450 mil pacientes seguem em observação. Há ainda 47.748 óbitos no País e outras 3.982 mortes em análise.

Desde o começo da crise, o presidente Jair Bolsonaro se posiciona contra o distanciamento social, pede a reabertura do comércio e estimula o uso da cloroquina, medicamento sem eficácia comprovada. Por divergência com Bolsonaro sobre estes pontos, dois ministros da Saúde já deixaram o governo. A pasta está sob comando interino do general Eduardo Pazuello desde 15 de maio.

O ministério aponta como medidas básicas higienizar as mãos com água e sabão ou usar álcool em gel 70%. A pasta também sugere evitar aglomerações e manter distância mínima de 1 metro de outra pessoa. Além disso, afirma que pessoas com sintomas da covid-19, que são similares a de uma gripe, fiquem em casa.

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Máscara. O Ministério da Saúde recomenda, na portaria, uso de máscaras em todos os ambientes, incluindo lugares públicos e de convívio social. Também afirma ser preciso "substituir as máscaras cirúrgicas, a cada quatro horas de uso, ou de tecido, a cada três horas de uso, ou quando estiverem sujas ou úmidas."

Transporte. O documento traz orientações sobre uso de transporte individual e coletivo. Em ambos os casos, o ministério recomenda higienizar o interior do veículo com frequência e manter as janelas abertas.

No caso de transporte coletivo, a recomendação é manter distanciamento social e evitar formação de aglomerações e filas durante o embarque e desembarque de passageiros.

O ministério também recomenda desinfecção de veículos de transporte coletivo com uso de desinfetante, "em particular os assentos e demais superfícies de contato com os passageiros, nos veículos e nos pontos de embarque e desembarque de passageiros, com controle do registro da efetivação nos horários pré-definidos".

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