Tudo acaba com a morte? Talvez não seja bem assim. E não se trata de uma discussão religiosa, mas sim científica. É que ao menos a microbiota intestinal se mantém ativa por meses ou até anos após o óbito de seu hospedeiro.
A conclusão aparece em um estudo assinado por pesquisadores do Tennessee e publicado pela revista científica Ecological Processes. Os cientistas fizeram a análise ao simular o processo natural de decomposição humana, combinando o tipo de solo que encheria uma sepultura com as amostras de micróbios que permanecem no corpo após o óbito.
Assim, verificaram que esses microrganismos resistiram à ausência de oxigênio, se alimentando dos estoques de carboidratos, proteínas e gorduras encontradas no corpo. Mais que isso: esses micróbios se misturam com os microrganismos presentes no solo, o que acelera o processo de decomposição.
"Não é incomum ver plantas florescendo perto de um animal em decomposição, evidência visível de que os nutrientes nos corpos estão sendo reciclados de volta ao ecossistema", defende Jennifer M. DeBruyn, microbiologista ambiental da Universidade do Tennessee, segundo o jornal O Globo.
“O fato de nossos próprios micróbios desempenharem um papel importante neste ciclo é uma forma microscópica de vivermos após a morte”, acrescenta. Jennifer é coautora do estudo.