Casos de câncer de pulmão em não fumantes estão aumentando devido à poluição, de acordo com um estudo publicado na revista The Lancet Respiratory Medicine. O adenocarcinoma é o subtipo mais comum e o estudo sugere mais pesquisas e formas de detecção precoce.
Os casos globais de câncer de pulmão em pessoas que nunca fumaram estão crescendo, em parte devido à poluição do meio ambiente. Esta é a conclusão de um estudo recém-publicado na revista científica The Lancet Respiratory Medicine.
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Pesquisadores franceses e chineses fizeram uma análise epidemiológica do perfil e da incidência de quatro tipos principais de câncer de pulmão --adenocarcinoma, carcinoma de células escamosas e carcinomas de pequenas células e de grandes células. Hoje, o subtipo que mais cresce é o adenocarcinoma, que tem relação também com a poluição do ar, mas nem sempre foi assim.
O estudo avaliou dados de 2022 e os comparou com registros de anos anteriores. Até a década de 1970, sobretudo por causa do tabagismo, o principal tipo histológico do câncer de pulmão era o de células escamosas, com maior incidência em homens.
Em 2020, o adenocarcinoma se tornou o tipo mais comum de câncer de pulmão e responde por 45% dos casos em homens e 59% nas mulheres. Curiosamente, observa-se uma queda nas taxas entre homens e um aumento nas mulheres.
O estudo alerta para a necessidade de mais pesquisas e meios de detecção precoce desses tumores, além de novas formas de controlar outros fatores de risco. Atualmente, a orientação para detecção precoce do câncer de pulmão, com tomografia de baixa dose, é direcionada à população de risco, não à população em geral.
Considera-se população de risco para câncer de pulmão pessoas com mais de 50 anos, tabagistas com alta carga tabágica (20 anos-maço, o que equivale a fumar uma carteira todos os dias ao longo de 20 anos) ou ex-tabagistas com alta carga tabágica e que tenham parado em até 15 anos. O rastreio tem impacto importante na redução de mortalidade relacionada à doença.