A dor de cabeça, ou cefaleia, é um problema extremamente comum no Brasil. Dados da Sociedade Brasileira de Cefaleia apontam que cerca de 140 milhões de pessoas sofrem com o problema no país, representando mais da metade da população. Apesar de comum, dependendo da intensidade o sintoma pode indicar um aneurisma.
De acordo com o neurocirurgião Dr. Victor Hugo Espíndola, dores de cabeça atípicas que não melhoram com medicação são um estado de alerta. Além disso, o médico chama atenção para aqueles desconfortos constantes que apresentam piora. Nesses casos, é importante procurar atendimento médico. Isso porque há chances de se tratar de um aneurisma cerebral.
Aneurisma cerebral
Os aneurismas cerebrais são dilatações saculares (em formato de balão) na parede da artéria. Em caso de rompimento, o quadro é bastante grave, levando a um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.
"Normalmente, os aneurismas são silenciosos, e não dão dores de cabeça e nem outros sintomas até que se rompam. Infelizmente, na grande maioria dos casos, a gente descobre depois que rompeu, e aí o paciente realmente tem todas as consequências desse sangramento", diz o médico.
No caso de aneurismas grandes, com mais de dois centímetros, os pacientes podem apresentar alguns sintomas e sentir uma espécie de dor. "Ele pode começar a comprimir as estruturas cerebrais e aí provocar sintomas, como dor de cabeça, alteração da visão, perda de movimento de um lado e do outro do corpo. No entanto, são casos mais raros", aponta o especialista
Tratamento deve ser rápido
Na suspeita de um aneurisma, é preciso buscar atendimento médico de urgência. Isso porque, conforme o neurocirurgião, a principal complicação de um aneurisma é o sangramento retornar. Quanto mais isso acontece, maior a gravidade do problema.
"O paciente tem que ficar internado durante muito tempo para ver como o cérebro do paciente vai reagir a esse sangramento", diz Victor Hugo. Segundo ele, a taxa de mortalidade nesses casos é acima de 30%. Além disso, mais da metade dos pacientes saem do hospital com sequelas.
"Hoje a nossa luta é para tentar diagnosticar precocemente o aneurisma. Ou seja, antes deles romperem. Para isso, a gente tem exames não invasivos que já são bem difundidos na prática clínica como a angiotomografia ou a angioressonância, que não trazem nenhum risco para o paciente", finaliza o médico.