Ravi, o segundo filho de Viih Tube e Eliezer, está internado no Hospital Israelita Albert Einstein desde o dia 24 de novembro. O bebê que não tem nem um mês de vida ainda não recebeu um diagnóstico, mas segue na Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) para que os médicos cheguem a uma conclusão. Por enquanto, apenas foi descartado problemas cardíacos e respiratórios.
Levando em consideração que o irmão mais novo de Lua está há uma semana isolado dos pais, conversamos com a médica pediatra Daniela Piotto para entender se esse período pode gerar sequelas no bebê. Confira as respostas:
Quais são os problemas de manter um bebê internado por muito tempo?
Segundo a especialista, uma internação como a de Ravi é sempre estressante para o neném e para a família. Porém, ele não corre tantos riscos por ser um bebê de termo, ou seja, que nasceu no tempo ideal da gestação (entre 37 e 42 semanas). "O risco de sequelas está associado a prematuridade do bebê, as intercorrências ou infecções durante o seu tratamento, que não é o caso do Ravi. O tempo de permanência na UTI pode variar de um dia a vários meses, dependendo da condição do bebê. Bebês prematuros, por exemplo, podem precisar de internações prolongadas", esclareceu.
Além disso, Piotto acrescentou que há chances do neném apresentar fadiga muscular devido ao tempo internado: "Sequelas físicas inerentes a fraqueza muscular e hipotonia que podem ser revertidos com fisioterapia motora e estímulo ao desenvolvimento. Em geral, as crianças recuperam muito bem se sem intercorrências graves durante estas internações. Sequelas psicológicas podem estar envolvidas como ansiedade, resposta diferenciada e estímulos dolorosos ao longo da vida".
A importância do diagnóstico precoce
Ravi ainda não recebeu seu diagnóstico, mas Piotto destacou a importância de detectar uma doença precocemente. "Todo diagnóstico precoce permite intervenções corretas e rápidas que podem mudar o curso de evolução da gravidade de uma doença. Essa é uma orientação extremamente importante e reflete o papel essencial da observação cuidadosa dos responsáveis nos primeiros meses e anos de vida do bebê", disse.
Ela ainda mencionou sinais claros de que algo pode estar errado com a criança: "Independente do nome da doença, estar atento a qualquer sinal de dificuldade do bebê, seja para mamar, respirar, engasgos, cólicas, irritabilidade, dificuldades para dormir devem ser comunicadas ao médico pediatra que vai prosseguir com a investigação adequada. Os sinais mencionados podem ser indícios precoces de problemas que, se identificados e tratados rapidamente, podem evitar complicações mais graves".
Sinais de alerta comuns:
- Dificuldade para mamar: pode indicar alterações neurológicas, refluxo gastroesofágico, ou até mesmo problemas respiratórios.
- Respiração anormal: qualquer esforço respiratório, apneia ou chiado deve ser avaliado.
- Engasgos frequentes: podem sugerir refluxo, problemas na deglutição ou alterações anatômicas
- Cólicas intensas ou persistentes: embora comuns nos primeiros meses, devem ser monitoradas para excluir alergias alimentares ou intolerâncias
- Irritabilidade e choro constante: pode ser um sinal de dor ou desconforto
- Dificuldade para dormir: pode estar associada a dor, refluxo ou outros problemas subjacentes.
A falta da amamentação
Geralmente, bebês que estão na UTI ficam longe da amamentação natural, ou seja, no peito da mãe. Hoje, é possível que o neném ingira o leite da mãe através de sondas ou mamadeiras: "Mesmo que amamentação direta não seja inicialmente possível, o leite materno é essencial para fortalecer o sistema imunológico, prevenir infecções e promover o desenvolvimento neurológico e intestinal. O leite pode ser ordenhado e oferecido por outros métodos (sonda, copinho, ou seringa)".
Ou seja, o leite materno é ideal para que esse desenvolvimento seja o mais saudável possível: "Então hoje é possível a mãe estar presente e ter o cuidado com o bebê mesmo que não mamando diretamente, porque a presença da mãe nesta fase faz toda a diferença no tratamento. Por isso a importância de evitarem críticas e julgamentos para uma mãe neste momento tão delicado na vida dela. Acho importante deixar claro a empatia com ela e não julgamentos, porque nesta fase ela precisa disso, de apoio e acolhimento!"