Remédio para diabetes breca o avanço do Parkinson, diz estudo

Os pesquisadores têm interesse em explorar uma classe de medicamentos chamada agonistas do receptor GLP-1

12 abr 2024 - 06h55
Resumo
Um medicamento usado para tratar o diabetes retardou a progressão dos problemas motores associados à doença de Parkinson, de acordo com um estudo publicado no New England Journal of Medicine.
Remédio para diabetes breca o avanço do Parkinson, diz estudo
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Um medicamento usado para tratar o diabetes retardou a progressão dos problemas motores associados à doença de Parkinson, segundo um estudo publicado nesta semana no New England Journal of Medicine. 

O Parkinson é um devastador distúrbio do sistema nervoso que afeta 10 milhões de pessoas em todo o mundo, sem cura. Os sintomas incluem tremores rítmicos, movimento lento, fala prejudicada e problemas de equilíbrio, que pioram com o tempo. 

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Os pesquisadores têm interesse em explorar uma classe de medicamentos chamada agonistas do receptor GLP-1 – que mimetizam um hormônio intestinal e são comumente usados para tratar o diabetes e a obesidade – por seu potencial de proteger os neurônios. Até agora, no entanto, a evidência de benefícios clínicos em pacientes tem sido limitada e estudos iniciais têm sido inconclusivos. 

No novo artigo, 156 pacientes com Parkinson em estágio inicial foram recrutados em toda a França e então escolhidos aleatoriamente para receberem lixisenatida, que é vendida sob os nomes de marca Adlyxin e Lyxumia e fabricada pela Sanofi, ou um placebo. 

Após um ano de acompanhamento, o grupo em tratamento, que é administrado por injeção, não viu piora de seus sintomas de movimento, enquanto aqueles no placebo viram. O efeito foi "modesto" segundo o artigo, e só foi perceptível quando avaliado por profissionais "que os fizeram realizar tarefas; caminhar, levantar-se, mover as mãos", disse o autor Olivier Rascol, neurologista da Universidade de Toulouse. 

Mas, ele acrescentou, isso pode ser apenas porque a doença de Parkinson piora lentamente, e com outro ano de acompanhamento, as diferenças podem se tornar muito mais evidentes. 

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"Esta é a primeira vez que temos resultados claros, que demonstram que tivemos um impacto na progressão dos sintomas da doença e que explicamos isso por um efeito neuroprotetor", disse Rascol.

Assista ao vídeo com o comentário de André Forastieri.

(*) André Forastieri é jornalista e empreendedor, fundador de Homework e da agência de conteúdo e conexão Compasso, e mentor de profissionais e executivos. Saiba mais em andreforastieri.com.br.

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