Nas primeiras quatro semanas de 2024, o Brasil já contabiliza mais de 217 mil casos de dengue, conforme dados publicados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (30). Este número representa mais que o triplo das notificações registradas no mesmo período do ano anterior, quando foram reportados 65.366 casos.
Segundo informações da pasta, a projeção do aumento nos casos da doença é atribuída a uma conjunção de fatores, incluindo a interação entre temperaturas elevadas, chuvas intensas e o recente ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus da dengue no Brasil.
Os repelentes podem ser aliados na proteção contra a dengue, pois ajudam a prevenir as picadas do mosquito. No entanto, é importante ressaltar que nenhum repelente é 100% eficaz. O Terra conversou com a dermatologista Nicolly Machado, que tirou dúvidas sobre o uso de repelente.
Os repelentes funcionam contra o mosquito da dengue?
Sim, mas nenhum é 100% eficaz. Outras medidas preventivas, como a eliminação de possíveis criadouros do mosquito, uso de telas de proteção, blusas e calças de proteção, além de cuidado redobrado com as áreas a serem frequentadas, são fundamentais.
Quais repelentes são eficientes?
Os repelentes mais eficientes contra o mosquito da dengue são aqueles que contêm os ingredientes ativos Icaridina (Picaridina) e DEET. Esses ingredientes têm demonstrado serem eficazes na repelência de mosquitos, incluindo o da dengue. Quanto à concentração de Icaridina e DEET, é recomendado que o repelente contenha pelo menos 20% de Icaridina ou 30% de DEET para uma maior eficácia contra o mosquito da dengue.
Os repelentes também funcionam para zika e chikungunya?
Sim, os repelentes também podem ser eficazes na proteção contra os mosquitos que transmitem o vírus zika e o vírus da chikungunya. Os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus são responsáveis pela transmissão dessas doenças, assim como da dengue.
Qual o uso correto de repelentes?
A forma correta de aplicar o repelente é seguindo as instruções do fabricante, que variam de acordo com a textura e a concentração ativos.
Geralmente, é recomendado aplicar o repelente em todas as áreas expostas do corpo, incluindo braços, pernas e pescoço e até rosto. Lugares frequentemente esquecidos são pés, mãos e orelhas. No entanto, não é necessário aplicar o repelente em áreas do corpo que estão cobertas por roupas.
Usar repelente o dia todo pode não ser necessário, a menos que você esteja em uma área com alta atividade de mosquitos. O repelente deve ser reaplicado de acordo com as instruções do fabricante, geralmente a cada 4 a 6 horas, ou com mais frequência se você estiver suando excessivamente ou nadando.
Porém se não está em uma área de alta exposição, o ideal é que não seja aplicado o dia todo, o contato dessas substâncias com a pele pode expor a maiores riscos de alergias e dermatites.
Escolha um sabonete com função hidratante e um creme hidratante de barreira para caprichar na hidratação nos períodos em que não estiver em uso do repelente, lembrando que o uso dos dois juntos abaixa a eficácia do repelente.
Repelente com proteção solar funciona?
Embora possa fornecer alguma proteção adicional contra picadas de mosquito, é importante lembrar que sua eficácia na prevenção da dengue pode ser limitada. É melhor usar um repelente separado em combinação com o protetor solar para uma proteção mais completa.
Há diferenças na eficácia entre repelentes em creme e spray?
Não há diferença significativa na eficácia entre repelentes em spray e em creme. Ambos podem fornecer proteção se aplicados corretamente.
Grávidas e bebês podem usar repelente?
É importante seguir sempre as recomendações médicas. Em geral, repelentes com concentrações mais baixas de Icaridina ou DEET são recomendados para crianças e grávidas.