Cientistas dos Estados Unidos, Austrália e China estão unindo forças para criar uma nova fórmula de insulina que só entra em ação quando realmente necessário para pessoas que convivem com diabetes tipo 1.
Esses pacientes precisam manter os níveis de glicose no sangue sob controle. Isso porque o pâncreas dessas pessoas não produz insulina, o hormônio responsável por regular a quantidade de açúcar no sangue.
Para sobreviver, são necessárias injeções diárias ou de uma bomba de insulina, mas mesmo esses métodos avançados podem apresentar falhas, resultando em episódios de hiperglicemia (quando o açúcar no sangue está muito alto) ou hipoglicemia (quando está muito baixo).
Uma equipe de cientistas liderada pelo Professor Christoph Hagemeyer, da Universidade Monash, na Austrália, está desenvolvendo uma insulina "inteligente", projetada para agir de forma mais precisa e eficaz.
Esses pesquisadores estão criando uma insulina responsiva à glicose, que só é ativada quando os níveis de açúcar no sangue sobem além de um ponto específico e que se desativa automaticamente quando o nível de glicose retorna ao normal.
Como funciona a insulina "inteligente"?
A nova insulina em desenvolvimento é inspirada no funcionamento de um pâncreas saudável. Em pessoas sem diabetes, o pâncreas monitora continuamente os níveis de açúcar no sangue e libera insulina conforme necessário.
Quando os níveis de açúcar caem, a produção de insulina é interrompida para evitar a hipoglicemia. Essa regulação natural é extremamente difícil de replicar nas pessoas com a doença, mas a nova fórmula tem o potencial de mudar esse cenário.
Testes pré-clínicos já demonstraram que essa insulina inteligente pode reduzir os episódios de hipoglicemia, se mantendo ativa no organismo por até três dias, diferente do que já é oferecido atualmente.
Além disso, essa inovação pode melhorar a qualidade de vida, permitindo que as pessoas com diabetes tipo 1 tenham mais segurança e liberdade em suas atividades diárias, sabendo que a insulina só será liberada quando realmente necessário. Isso poderia reduzir as complicações a longo prazo, como danos aos nervos, olhos e rins, que são frequentemente associados ao mau controle do açúcar no sangue.
A pesquisa do Professor Hagemeyer e sua equipe, que envolve colaborações com instituições renomadas como a Universidade de Melbourne e o RMIT, é um passo essencial em direção a um tratamento mais eficaz e menos invasivo para a doença.
Com o apoio de instituições como a JDRF, Diabetes UK e a Steve Morgan Foundation, a esperança é que essa insulina inteligente possa em breve passar para fases mais avançadas de testes e, eventualmente, estar disponível em todo o mundo.
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