Risco à saúde: Elon Musk diz que tomar ketamina faz bem a seus investidores

Anestésico de uso humano e veterinário é utilizado na produção de droga sintética que causa alucinações

20 mar 2024 - 15h21
(atualizado em 21/3/2024 às 10h29)
Empresário revelou em entrevista a Don Lemon
Empresário revelou em entrevista a Don Lemon
Foto: X/Reprodução / Perfil Brasil

Elon Musk disse que o uso prescrito de ketamina/cetamina alivia seus períodos de baixo humor e é do melhor interesse dos investidores da Tesla Inc. e das outras empresas que ele dirige.

Para Wall Street, "o que importa é a execução", disse Musk em uma entrevista com o ex-apresentador da CNN Don Lemon transmitida na segunda-feira no YouTube. "Do ponto de vista de um investidor, se há algo que estou tomando, devo continuar fazendo isso", disse ele, referindo-se ao sucesso da Tesla.

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Elon Musk indicou que toma ketamina periodicamente conforme prescrito para tratar o que descreveu como "marés químicas" que causam sintomas semelhantes aos da depressão. Os médicos podem prescrever o medicamento para tratar dor e depressão e, em doses mais altas, o medicamento age como sedativo.

Um artigo publicado em janeiro no Wall Street Journal afirmava que os executivos da Tesla e da SpaceX estavam começando a se preocupar com o uso recreativo de drogas por parte de Musk. Ele respondeu que não havia testado positivo em exames antidoping e, em uma postagem em sua rede social X, disse que "faça o que fizer, obviamente devo continuar fazendo isso!".

Uso da ketamina

A ketamina foi descoberta em 1962 e é classificada pela FDA, agência de vigilância sanitária estadunidense, como um medicamento de efeito anestésico. No Brasil, a substância é mais empregada no mundo animal. Conhecida como "anestésico de cavalo", ela é utilizada como tranquilizante de equinos e outros animais de grande porte.

Na América do Norte, entretanto, pequenas doses do medicamento vêm sendo utilizadas, principalmente nos últimos 20 anos, para tratamento de condições mentais, como depressão e bipolaridade. "Como anestésico, já tem décadas de aprovação. Para transtorno depressivo resistente ao tratamento, inclusive com risco de suicídio, a aprovação é mais recente.", explica a psiquiatra Nina Ferreira ao Estadão.

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O uso não controlado, porém, pode causar "desconexão da realidade, despersonalização e alucinações", segundo Nina. Tais efeitos levam pessoas a tomarem a substância recreativamente.

"Qualquer medicamento, principalmente remédios psiquiátricos, se forem usados em doses inadequadas e combinações inadequadas, podem levar a alguns tipos de distorções do sistema nervoso central e deixar a pessoa fora de sua realidade, mais impulsiva ou mais vulnerável", completa a médica.

As apreensões da droga cresceram quase que exponencialmente ao longo dos anos, o que pode indicar um princípio de crise sanitária. No ano passado, a droga veio aos holofotes após a autópsia do corpo do ator Matthew Perry, famoso pela série "Friends", indicar "efeitos agudos da ketamina".

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