A obesidade é um problema de saúde pública que tem sido cada vez mais discutido em diversas esferas da sociedade. No entanto, existe uma tendência preocupante de romantização, especialmente nas redes sociais e na mídia, minimizando os graves riscos à saúde associados ao excesso de peso e criando uma narrativa que ignora evidências médicas e científicas.
Uma pesquisa da Universidade de Oxford revelou que a obesidade moderada pode reduzir a expectativa de vida em cerca de 3 anos, enquanto a obesidade severa pode encurtar a vida em até 10 anos. Esse quadro está associado a uma série de problemas de saúde, incluindo diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, hipertensão e apneia do sono.
De acordo com Thiago de Castro, hipnoterapeuta e neurolinguista que trabalha há mais de 13 anos ajudando pessoas a se livrarem do excesso de peso, tratar a condição como uma simples questão de aceitação pessoal, e não como um problema de saúde grave, pode levar à negligência desses riscos.
“Culturalmente, há uma crescente resistência aos padrões tradicionais de beleza, que frequentemente promovem a magreza como ideal. Este movimento, embora importante para combater a discriminação e a vergonha corporal, pode promover a aceitação da obesidade como algo inofensivo”, alerta.
O papel da mídia e das redes sociais
Influenciadores e figuras públicas que romantizam a obesidade contribuem para uma visão distorcida.
“Postagens que celebram a obesidade sem mencionar os riscos à saúde podem levar os seguidores a acreditarem que o excesso de peso não tem consequências negativas. Isso é particularmente perigoso. Afinal, pode desencorajar a busca por ajuda médica e a adoção de hábitos mais saudáveis”, pontua.
Thiago acredita que para combater a romantização da obesidade, é essencial promover a educação e a conscientização sobre os riscos associados ao excesso de peso.
“Programas educativos que enfatizam a importância de uma alimentação balanceada e a prática regular de atividades físicas são fundamentais. A aceitação do corpo não deve ser confundida com a aceitação de condições de saúde prejudiciais”, declara.
Para o especialista, embora seja fundalmental combater o estigma e a discriminação contra pessoas obesas, é igualmente importante não romantizar a obesidade.
“Aceitar a si mesmo deve ser um movimento alinhado com a promoção de uma vida saudável. Isso significa encorajar comportamentos que melhorem a saúde física e mental, sem glorificar condições que podem ser negativas a longo prazo”, revela.
Segundo o hipnoterapeuta, é importante encontrar um equilíbrio que permita a aceitação do corpo, ao mesmo tempo que promove a saúde e o bem-estar. “A educação, a conscientização e uma abordagem equilibrada são essenciais para garantir que a aceitação do corpo não comprometa a saúde das pessoas”, finaliza.
(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.