Rugas e manchas na pele: problema pode ser as células-zumbis

Acúmulo dessas células é relacionado ao envelhecimento acelerado, com aparecimento de rugas e manchas

30 mar 2024 - 06h40
Rugas e manchas na pele: problema pode ser as células-zumbis
Video Player

O Congresso da American Academy of Dermatology trouxe, em 2024, um assunto que serve de alerta nos cuidados com a pele: as células-zumbis. 

“Com o passar dos anos, sofremos um processo chamado senescência, quando as células perdem a capacidade de se dividir, ficam danificadas e se acumulam. Na pele, esse fenômeno celular também provoca danos, pois levam a formação de um fenótipo secretor associado a senescência, chamado SASP, que produz ativamente substâncias químicas que promovem inflamação e danificam as células vizinhas. Por esse motivo, elas têm sido objeto de muitos estudos recentes, que a classificaram como células senescentes, ou células-zumbis", explica a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos.

Publicidade

"A pele é altamente sensível ao acúmulo desse tipo de células, por conta da inflamação  originada por fatores extrínsecos, como fatores ambientais, estilo de vida, privação do sono e alimentação e fatores intrínseco relacionados ao próprio desgaste natural do organismo juntamente com a sua genética que danifica o tecido cutâneo, favorece o desenvolvimento de determinadas patologias e  acelera o envelhecimento.” 

Na pele, essas células estão ligadas também ao processo inflamatório crônico de baixo grau, conhecido como inflammaging, e que pode favorecer o aparecimento de rugas e manchas.

Estratégias para inibir o problema

Recentemente, estratégias para gerenciar o processo de envelhecimento inibindo a formação ou até mesmo a eliminação das células senescentes têm atraído cada vez mais atenção. 

“Dentre os planos sugeridos para esse gerenciamento está a inibição da via mTOR (mammalian target of rapamycin), uma enzima que regula a sinalização inflamatória gerada pelo SASP e a utilização de agentes senolíticos (elimina as células senescentes); e uso de senomórficos (limitam os efeitos ruins das células senescentes)”, completa Patrícia.

Publicidade

Ela explica ainda que, como essas mudanças ocorrem em nível molecular, ou seja, nas células, é necessário estar atento aos sinais que nossa pele expressa, e certas atitudes simples já nos demonstram como a saúde da pele está comprometida e em estado de senescência acelerado, conforme citado em diferentes aulas do meeting americano: olhar-se no espelho, já que a pele reflete nossa saúde física e mental, um verdadeiro envelope de sentimentos e reações químicas que transmitem saudabilidade e patologias, é a primeira linha de defesa do organismo e pode dizer muito sobre nosso estado de saúde; controle das emoções, com equilíbrio do estresse, uma dieta saudável, com restrição calórica e uso de suplementos para um bom funcionamento do sistema imunológico.

Outros destaques do congresso

Ações simples e estratégias moleculares com nutracêuticos eficientes foram destaques dentro do congresso. 

“Uma rota molecular que foi destaque é a via do mTOR, sobretudo a mTORC1, uma proteína que controla determinadas respostas do nosso metabolismo frente às condições de estresse cotidiano. Inibir essa via com rapamicina, um fármaco imunossupressor, foi o ponto de destaque”, diz a farmacêutica. 

Mas é possível atuar sem recorrer ao fármaco? “A restrição calórica, segundo os cientistas é uma estratégia eficiente, mas que pode não ser simples para muitas pessoas e nesse sentido temos uma forma de inibir a rota do mTOR através da enzima AMPK (Proteína Quinase Ativada por Monofosfato de Adenosina) com o uso de Slim Green Coffee, uma biomassa do café verde rica em bioativos e fibras que são capazes de aumentar AMPK e inibir a via do mTOR. Glycoxil, uma carcinina metabólito da carnosina, poderá ser utilizado na associação, já que no envelhecimento precisamos também pensar em eliminar as ‘zombie cells’”, destaca Patrícia.

No tratamento tópico, a farmacêutica indica Scutaline, um ativo biobotânico extraído da raiz da Scutellaria baicalensis, padronizado em dois polifenóis Wogonin e Baicaleina que limitam a inflamação crônica e retardam o surgimento das células senescentes (zombie cells). 

Publicidade

“O ativo protege a pele contra a degradação da matriz extracelular, principalmente colágeno, e consequente aparecimento de rugas e manchas”, finaliza.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

Homework
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações