Saiba tudo sobre o hematoma subdural que afetou Tony Ramos

Descubra as causas, os sintomas e como é feito o tratamento do hematoma subdural

20 mai 2024 - 18h24
(atualizado às 20h03)

Na quinta-feira (16), o Tony Ramos, de 75 anos, foi internado no Hospital Samaritano de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, para realizar uma cirurgia no cérebro e drenar um hematoma subdural, um sangramento intracraniano. O procedimento foi bem sucedido, mas, no domingo (19), após apresentar novos hematomas intracranianos, o ator teve que passar por uma segunda operação, que também ocorreu com sucesso. De acordo com um boletim médico divulgado, o marido de Lidiane Barbosa apresenta um estado de saúde estável, está se recuperando bem e, até o momento, não tem previsão de alta hospitalar.

Tony Ramos teve que passar por cirurgia no cérebro para tratar hematoma subdural |
Tony Ramos teve que passar por cirurgia no cérebro para tratar hematoma subdural |
Foto: Andréa Farias Farias/CC BY-SA 2.0//Wikimedia Commons / Boa Forma

O que é o hematoma subdural?

Segundo o Dr. Felipe Mendes, neurocirurgião e membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), o hematoma subdural é uma coleção de sangue entre a dura-máter, camada mais externa da meninge que protege o sistema nervoso central, e a superfície do cérebro.

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"Geralmente se desenvolve em idosos decorrente de traumatismos cranianos leves", afirma o Dr. Lucas Vasconcellos, neurocirurgião e cirurgião de coluna.

Quais os sintomas?

Os sintomas variam de acordo com a rapidez de instalação e o tamanho do hematoma. Os principais são:

  • dores de cabeça intensas;
  • náuseas e vômitos;
  • alterações no estado mental;
  • fraqueza ou paralisia em um lado do corpo;
  • dificuldade de fala ou de linguagem;
  • convulsões;
  • perda de consciência.

"Em hematomas crônicos, os sintomas podem ser mais sutis e insidiosos. A dor de cabeça pode se iniciar de modo leve e ir aumentando, assim como os outros sintomas como as alterações cognitivas e as dificuldades motoras", completa Mendes.

Dra. Adriana Libório, neurocirurgiã, explica que o hematoma subdural agudo é aquele que ocorre imediatamente após o trauma, enquanto o crônico pode acontecer após semanas ou meses após bater a cabeça, sendo mais comum em idosos. "Ele vai crescendo lentamente e progressivamente, comprimindo o cérebro e provocando alterações neurológicas", destaca o Dr. Fernando Gomes, neurocirurgião e professor livre docente da Faculdade de Medicina da USP.

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Quais as causas?

"As causas mais comuns incluem os traumatismos cranianos resultantes de acidentes automobilísticos, quedas ou agressões", fala Mendes.

No entanto, é importante lembrar que o hematoma subdural pode ocorrer após cirurgias neurológicas ou até mesmo de forma espontânea. "Pessoas com problemas de coagulação ou que fazem uso de medicamentos anticoagulantes apresentam um maior risco de sofrer com essa condição".

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico envolve a avaliação detalhada do histórico de saúde e dos sintomas do paciente e a realização de exames como tomografia computadorizada de crânio e ressonância magnética.

O tratamento é determinado de acordo com o tipo e a gravidade do hematoma e o estado de saúde prévio do indivíduo. "Em casos de hematomas pequenos e assintomáticos, pode ser feito apenas um acompanhamento com observação, repouso e exames seriados até sua completa reabsorção. Já em casos de hematomas maiores ou sintomáticos, a cirurgia deve ser indicada. As técnicas incluem a drenagem através de trepanação (pequenas perfurações no crânio) ou a realização de uma craniotomia (abertura maior do crânio) para drenar o hematoma", afirma Mendes.

O Dr. Felipe conta que, em hematomas agudos, a recuperação pode ser lenta e associada a uma maior chance de sequelas, por exemplo, problemas de fala, mudanças de personalidade e dificuldades motoras.

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"Nos hematomas subdurais crônicos tratados adequadamente, a recuperação tende a ser mais favorável, com menor risco de sequelas e tempo mais rápido de recuperação", aponta ele.

Para prevenir a recidiva da condição ou, se necessário, tratá-la o mais rápido possível, é recomendado que o paciente realize consultas periódicas e siga corretamente as orientações médicas, conclui o Dr. Fernando Gomes.

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