Gonçalo Roque, de 87 anos, foi internado às pressas no interior de São Paulo com um pequeno sangramento na cabeça. Seus sintomas são leves mas, dependendo da gravidade, pode necessitar de cirurgia assim como o ator Tony Ramos.
Gonçalo Roque, de 87 anos de idade, conhecido por ser assistente de palco e braço direito do apresentador Silvio Santos por décadas no SBT, precisou ser internado às pressas neste sábado (18), em Jundiaí, no interior de São Paulo.
De acordo com Janilda Nogueira, a esposa do diretor de auditório, os médicos detectaram um “pequeno sangramento no crânio frontal”. Ela também informou que ele está estável e passou a noite bem. O comunicado da família foi divulgado pelo SBT,
Em entrevista ao Terra Você, o neurocirurgião Bruno Burjaili explica que um sangramento pequeno muitas vezes pode ser até assintomático e outras vezes, pode trazer uma leve dor de cabeça, eventualmente um enjoo, náusea ou dor na própria região da pele onde houve a batida.
“Esse é o quadro mais comum de um sangramento pequeno. Há pessoas que batem a cabeça e estão sem sintomas quando nós atendemos no pronto-socorro, e após o exame descobrimos que o sangramento tá ali, ainda silencioso”, conta o médico.
Em sangramentos mais intensos, ou que atingem regiões muito específicas, alguns sintomas mais graves podem ser observados como:
- Redução do nível de consciência;
- Sonolência;
- Confusão mental;
- Vômito;
- Dor de cabeça intensa;
- Visão turva;
- Fraqueza no corpo e tontura;
- Alterações na sensibilidade e fala.
Outro sintoma que pode se apresentar é a crise convulsiva. O médico explica que o cérebro fica irritado com a presença do sangue ou com a agressão sofrida nessa região e isso faz com que haja disparos elétricos desordenados provocando a crise convulsiva.
Tratamento
O neurocirurgião explica que o tratamento de um pequeno sangramento endotelial frontal, sendo pequeno e com poucos sintomas, geralmente é a observação. De acordo com o médico, geralmente, o sangramento leve não precisa de cirurgia.
“Observar a pessoa de perto e verificar se o sangramento não vai piorar ou se os sintomas não vão piorar. Nas primeiras horas, ou até por um pouco mais do que isso, a pessoa pode ficar em observação no pronto-socorro e depois de uma primeira tomografia, averiguar a evolução que aconteceu com aquele sangramento”, explica o especialista.
Em casos de sangramentos maiores ou que estão crescendo, a neurocirurgia é indicada para tratamento, como aconteceu com o ator Tony Ramos, que foi submetido a uma cirurgia após diagnóstico de hematoma subdural.
“Às vezes, não só temos que retirar o sangue daquela região, como também retirar um pouco da cobertura óssea, porque o cérebro pode estar tão inchado que fica apertado dentro do osso do crânio, que é fechado. É um dos grandes problemas desses sangramentos, porque como não tem pra onde o sangue escapar, ele começa a pressionar o cérebro e o próprio inchaço do cérebro torna aquele espaço restrito”, diz o médico.
Quanto à similaridade do diagnóstico de Roque e Ramos, o médico explica que existem diversos tipos de hematomas e que seus tratamentos dependem da região e da gravidade na qual eles se encontram.
“Dependendo da localização, da profundidade do sangramento intracraniano, ele vai ter um sobrenome, alguma designação a depender desta camada e dessa profundidade”.