Saúde aborta envio de vacinas extras para regiões em crise

Com o avanço da pandemia em várias regiões do país, Ministério da Saúde desistiu de plano de enviar doses extras da vacina contra a covid-19

9 mar 2021 - 16h24
(atualizado às 16h36)

BRASÍLIA - Com o avanço da covid-19 em todas as regiões do País, o Ministério da Saúde decidiu abortar o plano de enviar doses extras de vacinas aos Estados mais afetados pela covid-19. Desde janeiro a pasta vinha reservando 5% do total das unidades de imunizantes recebidas para reforçar locais em maior crise, como o Amazonas.

Agente de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus prepara dose da vacina contra coronavírus Sinovac CoronaVac (COVID-19) na Aldeia São José, Terra Indígena Rio Urubu, da etnia Mura, nas margens do rio Urubu, em Itacoatiara, estado do Amazonas, Brasil
Agente de saúde do Distrito Sanitário Especial Indígena de Manaus prepara dose da vacina contra coronavírus Sinovac CoronaVac (COVID-19) na Aldeia São José, Terra Indígena Rio Urubu, da etnia Mura, nas margens do rio Urubu, em Itacoatiara, estado do Amazonas, Brasil
Foto: Bruno Kelly / Reuters

Em informe técnico sobre a campanha de imunização divulgado nesta terça-feira, 9, a Saúde disse que a reserva permitiu a vacina de pessoas com mais de 60 anos em Estados do Norte. "Em virtude do cenário epidemiológico com ascensão de casos de covid-19 em todas as Unidades Federadas do País, interrompeu-se a disponibilização do fundo estratégico (5%)", afirma o documento.

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O ministério informou que fará a distribuição de mais 2,6 milhões de doses da CoronaVac. "O novo lote é destinado para vacinar trabalhadores da saúde, idosos entre 80 e 84 anos e de 75 a 79 anos. A previsão é de que as entregas ocorram a partir desta terça (09) e durante a quarta-feira (10), de forma proporcional e igualitária a todas as Unidades Federativas (UF)", disse a Saúde, em nota.

O ministério também afirma que Estados que receberam doses extras nos últimos meses e já conseguiram avançar na imunização destes grupos devem seguir aplicando as doses em idosos, conforme a ordem estabelecida pelo plano nacional de imunização.

Além destas doses que ainda serão enviadas aos Estados, o Ministério da Saúde já entregou 17,5 milhões de vacinas. São 4 milhões do modelo da AstraZeneca/Oxford, fabricadas na Índia, e 13,5 milhões do modelo CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e entregue no Brasil pelo Instituto Butantan. O governo recomenda que metade dos lotes entregues da CoronaVac sejam reservados para a aplicação da segunda dose.

A Saúde espera que 30 milhões de doses sejam entregues neste mês, sendo 23,5 milhões da Coronavac; 3,8 milhões da AstraZeneca/Oxford, produzidas na Fiocruz, e 2,9 milhões da AstraZeneca/Oxford, obtidas por meio do consórcio Covax Facility.

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O ministério ponderou que a entrega destas doses depende do cronograma de produção. Em informe técnico, a Saúde afirma que não há "confirmação" de cronograma de entrega das doses da Fiocruz. Em nota divulgada no seu site, porém, a pasta disse que as doses chegam em março.

A Fiocruz ainda aguarda a liberação do registro da vacina envasada no País. O laboratório entregou na segunda-feira, 8, dados dos lotes já fabricados para análise da agência e a expectativa é de que o aval da agência saia nos próximos dias.

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