Afta que não cura em 15 dias pode ser sinal de câncer bucal
Segundo o INCA, 5.500 pessoas morrem de câncer de boca por ano, mas esse número pode ser menor se a doença for diagnosticada cedo
O câncer de boca se caracteriza, na maioria dos casos, pelo descontrole na multiplicação das células que formam a mucosa da boca. Porém, embora esse processo seja considerado maligno, se diagnosticado cedo, tem 100% de chance de cura.
A cada 100 pacientes com a doença, 94 apresentam o tipo mais comum, o Carcinoma Epidermóide. “É mais comum aparecer no lábio inferior, assoalho da boca e borda da língua, mas qualquer área recoberta por mucosa pode ser acometida por esse câncer, que atinge mais homens com idade média entre 50 e 55 anos”, diz Celso Lemos, estomatologista da Faculdade de odontologia da USP.
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), ocorrem no Brasil aproximadamente 14.500 novos casos de câncer bucal por ano, com uma mortalidade anual de cerca de 5.500 pessoas. No entanto, esse número poderia ser menor se a doença fosse diagnosticada mais cedo.
“Pacientes que são diagnosticados precocemente tem chance de cura de mais de 90%, podendo chegar próximo dos 100% de cura. Porém, casos diagnosticados tardiamente pioram bastante o prognóstico, diminuindo as chances de cura para 20%. Por isso o diagnóstico precoce deve ser sempre estimulado, com visitas regulares ao cirurgião-dentista’, diz o especialista.
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Causa
Embora a causa seja desconhecida, existem fatores de risco envolvidos em cerca de 80% dos casos. São eles: o excessivo consumo de álcool e tabaco. Já o câncer de lábio, está diretamente ligado à exposição solar. Vale ressaltar que 20% dos pacientes não apresentam fatores de risco e, mesmo assim, desenvolvem a doença.
“Estilo de vida e hábitos alimentares saudáveis contribuem com a diminuição da ocorrência do câncer de boca. Vários estudos têm demonstrado que uma boa higiene oral pode contribuir também com uma menor incidência desta doença”, diz Celso.
Sinais
Para ajudar no diagnóstico precoce, Celso dá algumas dicas para que o paciente possa perceber que há algo errado em sua boca. “A lesão pode inicialmente se parecer com uma afta indolor que dura mais de 15 dias ou uma lesão na forma de uma placa branca também indolor. Áreas que apresentam aumento de volume devem ser investigadas por um profissional de Saúde”, diz o estomatologista.
Se achar necessário, esse profissional da saúde poderá encaminhar o paciente a um estomatologista (dentista especializado em doenças que ocorrem na boca), que fará alguns exames (possivelmente uma biópsia) para descobrir a gravidade do problema.
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Serviço gratuito
A FOUSP mantém uma campanha permanente de atendimento a paciente com lesões orais suspeitas. O atendimento é gratuito e imediato, o diagnóstico é feito na própria faculdade e, se necessário, o paciente é encaminhado para atendimento médico.
Centro de Diagnóstico Oral em Estomatologia da FOUSP
Av. Dr. Lineus Prestes 2227 - Cidade Universitária – Butantã - São Paulo.
Funcionamento: segundas e quartas a partir das 8 horas da manhã com atendimento imediato, sem a necessidade de encaminhamento durante o ano todo.
Em outras regiões do Brasil, o paciente pode procurar os CEOs (Centros de Especialidades Odontológicas do Governo Federal) que possuem estomatologistas para o correto diagnóstico de lesões orais suspeitas.
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Estima-se 14.170 novos casos de câncer na boca para este ano. Os tumores de cabeça e pescoço correspondem a cerca de 10% dos tumores malignos que acometem o ser humano; desses 40 % situam-se na cavidade oral, mais comumente na língua e soalho de boca. Na língua, a lesão pode apresentar-se como uma afta ou lesão ulcerada, ambas dolorosas e de fácil percepção. Outra manifestação pode ser apenas uma lesão plana vermelha (eritroplasia) ou branca (leucoplasia) que habitualmente são indolores. Nesses últimos casos, geralmente são diagnosticadas em estágios mais avançados da doença.
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O álcool e tabaco são os principais fatores de risco, de forma independente. Porém, quando associados, o potencial oncogênico aumenta de forma considerável, em até 140%. Há, ainda, outros fatores de risco: infecções, em especial pelo HPV e trauma repetitivo local, geralmente causado por próteses dentárias mal adaptadas. A doença é mais comum entre homens de 40 a 60 anos. A má higiene bucal também contribui para o surgimento da doença. Isso porque usuários de tabaco/álcool normalmente se descuidam da saúde oral, o que propicia infecções que contribuem para o quadro.
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Prevenção Na opinião de Elge Júnior, ao reduzir os fatores de risco, que parecem responder a mais de 90% dos casos diagnosticados, o câncer de boca teria sua incidência reduzida de forma drástica, tornando-se rara. Interromper o tabagismo e etilismo, fazer controle dentário/protético regular, com higiene ideal e ajuste de prótese dentária. O especialista alerta, ainda, para a importância do uso da camisinha na hora do sexo oral. O HPV é conhecido fator de risco para câncer de língua e para todos cânceres de cabeça e pescoço.
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Diagnóstico O INCA recomenda que, diante de alguma lesão que não cicatrize em um prazo máximo de 15 dias, deve-se procurar um profissional de saúde (médico ou dentista) para a realização do exame completo da boca. A visita periódica ao dentista favorece o diagnóstico precoce do câncer de boca, porque é possível identificar lesões suspeitas.
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Sintomas - lesões na cavidade oral ou nos lábios que não cicatrizam por mais de 15 dias - manchas/placas vermelhas ou esbranquiçadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha) - nódulos (caroços) no pescoço - rouquidão persistente Nos casos mais avançados observa-se: - Dificuldade de mastigação e de engolir - Dificuldade na fala - Sensação de que há algo preso na garganta
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Tratamento Se diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura. Geralmente, o tratamento emprega cirurgia e/ou radioterapia. Os dois métodos podem ser usados de forma isolada ou associada. As duas técnicas têm bons resultados nas lesões iniciais e a indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais que possam ser provocadas pelo tratamento. As lesões iniciais são aquelas restritas ao local de origem.
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