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Amamentação diminui risco de obesidade infantil

Crianças que foram amamentadas por mais tempo apresentaram um peso mais dentro do saudável do que as que receberam pouco leite materno

2 mai 2016 - 08h00

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde as crianças devem receber o leite materno de forma exclusiva (sem água, chá, fórmula infantil ou qualquer outro tipo de alimento) até os seis meses de idade. Essa prática, que pode e deve ser estendida por mais tempo, é capaz de diminuir os riscos de obesidade infantil. 

Pelo menos foi isso que observou a tese de mestrado defendido pela nutricionista Amanda Forster Lopes durante sua passada pela USP. O estudo analisou como a alimentação no primeiro ano de vida influencia no excesso de peso. Ao fim da pesquisa, as crianças tinham cerca de dois anos de idade. 

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O leite materno após a introdução da alimentação complementar, segundo o Ministério da Saúde, deve ser oferecido em livre demanda, porém o intervalo entre a mamada que antecede as principais refeições deve ser espaçado, respeitando assim os sinais de fome e saciedade da criança
O leite materno após a introdução da alimentação complementar, segundo o Ministério da Saúde, deve ser oferecido em livre demanda, porém o intervalo entre a mamada que antecede as principais refeições deve ser espaçado, respeitando assim os sinais de fome e saciedade da criança
Foto: Sonsedska Yuliia / Shutterstock

Para coletar todas as informações que precisavam, a equipe de Amanda fez reuniões com as diretoras de algumas escolas de Taubaté e mandaram, pelas agendas das crianças, um questionário para as mães para obter respostas como: peso ao nascer, tempo total de aleitamento materno e idade com a qual começaram a comer outros alimentos. A segunda etapa foi para medir a pesar as crianças pessoalmente. 

“Nós observamos no nosso estudo que as crianças que receberam leite materno por mais tempo apresentaram menor risco de ter obesidade em média aos 2 anos de idade”, diz Amanda. 

No entanto, a mesma pesquisa mostrou que a média de tempo de aleitamento entre as crianças analisadas foi de 3 a 4 meses. O resultado apontou que, entre elas, 27,5% estavam acima do peso, índice considerado alto por Amanda. 

Possíveis causas

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Embora o estudo não tenham apontado os motivos, os pesquisadores acreditam que o leite materno é capaz de alterar o metabolismo das crianças, colaborando com o combate à obesidade. 

“Outra explicação é que o sabor do leite materno varia conforme a alimentação da mãe. A criança que recebe leite materno desde o início, e por mais tempo, tem contato com sabores diversos o que facilita a aceitação de alimentos variados após o início da alimentação complementar, evitando o excesso de seletividade alimentar”, diz Amanda.  

Leite e alimentos saudáveis

Após os seis meses, recomenda-se que seja iniciada a introdução da alimentação complementar junto com a oferta do leite materno. “Essa oferta deve ser mantida pelo menos até os 2 anos de idade, mas não há idade máxima. O leite materno após a introdução da alimentação complementar, segundo o Ministério da Saúde, deve ser oferecido em livre demanda, porém o intervalo entre a mamada que antecede as principais refeições deve ser espaçado, respeitando assim os sinais de fome e saciedade da criança”, diz Amanda. 

Permitidos e proibidos

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Essa fase é importantíssima, pois pode determinar os hábitos alimentares da criança e claro, seu peso e sua saúde. “Preconiza-se a introdução de alimentos não processados, ou seja, aqueles que não sofrem adição de ingredientes, como frutas, legumes, verduras, arroz, macarrão, feijão. Deve-se evitar nessa fase a oferta de alimentos processados e ultra processados, como refrigerantes, bolachas recheadas, salgadinhos, entre outros”, diz a especialista. 

Mas não é isso que acontece. Segundo a pesquisa, 84% das crianças analisadas começaram a consumir as chamadas “porcarias” antes de um ano de idade, fator que também explica o sobrepeso de algumas delas. 

Evite o desmame precoce

Diversos estudos investigam os fatores associados á interrupção precoce do aleitamento materno e a maioria aponta a necessidade da mãe ter que trabalhar fora de casa, as influências de opiniões diversas (profissionais de saúde, família e mídia) e as dificuldades iniciais para amamentar, que fazem com a que mãe inicie logo a oferta da formula infantil, como os motivos mais comuns. 

“Uma maneira de reverter esse cenário seria o fortalecimento de políticas públicas de incentivo ao aleitamento materno, como o hospital amigo da criança, que visa apoiar e orientar a mãe desde a gestação e após o nascimento”, diz Amanda. O aleitamento materno é fundamental para a criança e as mães devem lutar por ele sempre!

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Fonte: Agência Beta Este conteúdo é de propriedade intelectual do Terra e fica proibido o uso sem prévia autorização. Todos os direitos reservados.
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