O mau hálito não é apenas um indício que alguém anda se esquecendo de escovar os dentes, também pode indicar problemas de fígado, de rins, coração e até câncer. Um hálito considerado normal tem mais de 200 substâncias. Mas existem muitas combinações que estão relacionadas com doenças no organismo e podem ser detectadas pelo ar expirado.
O CETH – Centro de Excelência no Diagnóstico e Tratamento da Halitose – desenvolveu um sistema capaz de identificar o mau hálito. O OralChroma separa os gases que compõem o hálito e determina a presença ou não da halitose e suas origens.
O aparelho, criado no Japão, pode realizar cromatografias gasosas que medem a quantidade de três principais gases responsáveis pelo mau hálito: O sulfidreto, o metil mercapitana e dimetil sulfeto. “O Oralchroma permite analisar a quantidade três gases mais presentes, determinar o local de onde reside o problema e orienta o melhor tratamento para eliminá-lo”, diz o cirurgião-dentista Ruy Francisco de Oliveira, diretor do CETH.
No exame também são coletadas informações e hábitos dos pacientes para determinar as possíveis causas sistêmicas relacionadas à origem do mau hálito.
Estudos
Cientistas israelenses e chineses se uniram para pesquisar um novo teste que
identifica perfis químicos no hálito que são característicos de pacientes com câncer estomacal. No estudo realizado com 130 pacientes, publicado pela revista especializada "British Journal of Cancer", o exame mostrou 90% de precisão no diagnóstico e na diferenciação do câncer de outros problemas estomacais, como úlceras. O exame aponta, ainda, se a doença está em um estágio inicial ou avançado.
Outro estudo foi realizado pelo Instituto do Coração (InCor) em parceria com o Instituto de Química da USP para detectar insuficiência cardíaca pelo hálito. Um aparelho mede o nível de acetona – substância de cheiro forte produzida durante os processos de metabolismo do corpo – presente no ar expelido pela boca do paciente. Este odor na boca é peculiar de quem sofre de insuficiência cardíaca, doença que debilita o coração, que passa a bombear o sangue com menos força.