Chocolate pode prevenir a cárie, diz estudo japonês
Além de boas notícias, especialista conta como prevenir e explica como a doença pode prejudicar até o rendimento escolar das crianças
9 out2014 - 08h02
(atualizado às 10h15)
A cárie é uma doença que resulta da combinação entre placa bacteriana, dieta inadequada e higiene bucal falha. E, embora seja séria, é o distúrbio mais comum do mundo, perdendo apenas para o resfriado. Para acabar com essa “popularidade”, o Portal Terra reuniu cinco curiosidades que você provavelmente não sabe sobre a cárie, e que podem ajudar a acabar com ela.
Segundo um estudo japonês, feito pela Osaka University, uma parte do grão do cacau possui agentes anticárie. A pesquisa, feita em ratos, analisou dois grupos distintos; os que tomaram água com o extrato do cacau e os que a tomaram pura. Depois de três meses de uma dieta rica em açúcar, os animais que tomaram a água com extrato tinham 40% menos cárie do que o grupo da água pura. A Universidade pretende começar os testes em humanos o mais rápido possível.
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Embora a notícia seja ótima para os chocólatras de plantão, ainda é preciso tomar alguns cuidados com o consumo dessa delícia. “As pessoas podem continuar comendo chocolate, desde que a ingestão não seja muito alta e que escovem os dentes após os comerem”, diz Fausto Medeiros Mendes, professor da Faculdade de Odontologia da USP com experiência em cariologia (ciência que estuda a dinâmica da cárie).
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Não existe hora para comer chocolate, ele vai bem em bolos, sorvetes, bebidas e o próprio tablete é uma perdição. Mas o clima frio parece que combina ainda mais com essa delícia, que chega a ser vício para muitas pessoas. A boa notícia é que, cada vez mais, o chocolate se mostra um aliado à saúde, se consumido com moderação.
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Para saúde bucal, a teoria em relação ao chocolate é um pouco diferente. A quantidade de açúcar consumida é menos importante que a frequência. O ideal é que o chocolate seja ingerido logo após as refeições e não entre elas.
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No ano passado, um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) mostrou que comer chocolate amargo todos os dias com pelo menos 60% de cacau diminui o risco de eventos cardiovasculares. Outra pesquisa, da Universidade de Cambridge, concluiu que o consumo de chocolate sem excessos diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC).
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No cacau são encontrados os flavonoides, compostos com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protegem as células dos radicais livres. Essa proteção previne doenças cardiovasculares
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Quanto mais amargo o chocolate for, mais saudável ele é. O recomendado para se beneficiar com o chocolate é comer dois quadradinhos por dia. Os amargos têm menos açúcar e oferecem menos matéria-prima para as bactérias da boca produzirem o ácido que causa a cárie.
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Mães podem transmitir cárie para seus filhos por meio do beijo
Na verdade, não é a cárie em si que pode ser transmitida da mãe para o filho e sim as bactérias relacionadas à doença. O fato de o bebê nascer com a boca estéril (sem nenhum micro-organismo) e com o sistema imunológico imaturo faz com ele não tenha as defesas necessárias para combater as bactérias que adultos carregam na saliva.
Porém, segundo Fausto, essa transmissão não é o maior problema. “Para evitar a cárie não devemos evitar essa transmissão, e sim trabalhar para que não ocorra um desequilíbrio na ecologia das bactérias que habitam naturalmente a cavidade bucal das pessoas, pois isso faz com que essas bactérias se proliferem e causem a cárie”. Esse desequilíbrio pode ser causado por uma escovação deficiente e com pastas sem flúor e pela ingestão frequente de doces e lanches entre as refeições.
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1. O cuidado com a boca do bebê deve começar na gestação. A mãe deve ter o acompanhamento de um dentista;
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2. Na gravidez, evite alimentos com muito açúcar. O ideal é ter uma alimentação saudável, com muitas frutas e verduras;
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3. Limpe a boca do bebê com gazes ou fralda umedecida com água após a mamada. Isso ajuda a manter a boca do bebê sempre limpa;
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4. Leve sempre a criança a um odontopediatra. Ele é o profissional capacitado para detectar qualquer anormalidade com a saúde bucal do seu filho;
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5. Ao nascer os primeiros dentes, inicie a limpeza com uma escova macia;
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6. Use pasta dental própria para crianças, que contém a quantidade ideal de flúor para a idade dela;
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7. Escove os dentes da criança após as refeições;
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8. Sempre que for escovar os seus dentes, leve seu filho junto. Ensine-o, mostre como se escova. Isso é importante para que ele entenda que faz parte do cotidiano;
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9. Não deixe que a criança coma muito doce. Aposte numa alimentação saudável;
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10. Não beije a criança na boca, não use os mesmo talheres que ela e nem assopre a comida, isso pode transmitir cárie.
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Dentes de leite também podem ter cáries
Os dentes de leite têm uma composição muito parecida aos dentes permanentes. A única diferença é o tempo que são programados para ficarem na boca, que é menor. “No Brasil, mais de 50% das crianças até 5 anos apresentam pelo menos um dente de leite com cárie”, diz o especialista.
Crianças com cárie podem ter baixo rendimento na escola
Isso porque, com dor de dente, causada por uma cárie não tratada, a criança não consegue ter uma boa noite de sono e acaba não conseguindo se concentrar de dia. Além disso, por causa da dor, ela fica agitada e acaba não se alimentando direito. “A cárie dentária comprovadamente afeta a qualidade de vida das crianças e seus familiares”, diz Fausto.
A cárie pode estar com os dias contados
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Um estudo publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences revelou ter decifrado o segredo da placa bacteriana. Segundo a pesquisa, as bactérias causadoras da cárie produzem uma substância chamada glucansucrase para transformar o açúcar em uma espécie de “cola açucarada”, ficando mais fácil de grudar nos dentes e formar a placa bacteriana e a cárie.
Baseados nisso, os pesquisadores pretendem produzir inibidores dessa substância e inseri-lo em pastas de dentes ou até mesmo doces. Porém, enquanto essa descoberta não é viabilizada, prevenir a cárie é a melhor opção. “O ideal é consultar o dentista pelo menos uma vez ao ano, para que o profissional possa fazer exames detalhados e intervir em possíveis processos de cárie antes que grandes danos sejam causados aos dentes”, diz Fausto.
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A cárie se dá pela falta de higiene oral ou higiene oral inadequada. Hábitos alimentares, flúor e hereditariedade são alguns os fatores que aumentam a incidência do problema
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Se não for tratada, a cárie pode evoluir para uma infecção na raiz. Nesses casos são necessários tratamentos de canal, cirurgia ou extração dos dentes.
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As cáries se desenvolvem embaixo da superfície do dente, e, nessa fase, pode ser detectada apenas pelo dentista
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As bactérias produzem ácidos que corroem o dente, e, em um determinado momento, com o esmalte destruído, aparece a cavidade de cárie
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1-O dentista vai avaliar a causa da sua cárie, portanto, marcar consultas periódicas é fundamental para saber como tratar a doença
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