Quem sofre com o mau hálito ou morre de medo de ter esse problema deve manter uma higienização bucal correta e frequente, além de visitar o dentista pelo menos duas vezes por ano. Mas será que não há mais que possa ser feito ou mudado para evitar esse mal?
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Claro que há. E para dar algumas dicas de ouro que podem salvar seu hálito, o Terra juntou cinco profissionais da odontologia especialistas no diagnóstico e no tratamento da halitose.
Jacqueline x Saburra
Segundo Jacqueline Chaves Duarte, membro da Associação Brasileira de Odontologia e da ISBOR (International Society of Breath Odor Research), a saburra lingual (camada esbranquiçada que se fixa no fundo da língua) é uma das principais causas do mau hálito e, por isso, deve ser combatida.
Para ela, não basta fazer uma escovação usando somente a escova de dente e o fio dental. “Os raspadores linguais devem ser usados diariamente”, diz a especialista. Eles eliminam as bactérias que causam o mau hálito e retiram os restos de comida que ficam depositados no fundo da língua. E, para ajudar nessa higienização, Jacqueline indica beber pelo menos dois litros de água por dia para incentivar a produção de saliva, a “enxaguante natural” da boca.
Ana Cristina x Maconha
“Drogas como a maconha ou a cocaína atuam no sistema nervoso diminuindo a ação do neurotransmissor que é responsável pelas secreções, entre elas, as glândulas salivares. Isso explica a “boca seca” após o uso dessas drogas”, diz Ana Cristina Zanchet, dentista responsável pela Clínica Hálito Curitiba.
A boca seca permite que o ambiente bucal se torne mais agradável para as bactérias que produzem os compostos mau cheirosos e ainda causa a descamação da mucosa, contribuindo para a formação da saburra lingual. “E se você consumir maconha e álcool juntos, terá uma redução expressiva da produção de saliva e assim, condições ainda maiores para alterar seu hálito”, diz Ana Cristina.
Olinda x Dormir de boca aberta
Segundo Olinda Tarzia, presidente da SOBREHALI (Sociedade Brasileira de Estudos da Halitose), dormir de boca aberta causa um grande ressecamento da boca, facilitando sua descamação. “Para combater esse problema lubrifique a mucosa bucal e a língua com lubrificantes próprios ou, na pior das hipóteses, até mesmo com manteiga antes de se deitar”, diz a especialista.
Umas das causas de se dormir de boca aberta são problemas na respiração ou algum corrimento nasal (normalmente alérgicos). “Nesses casos, é indicado procurar um otorrino para corrigir a respiração e usar soro fisiológico na forma de spray nasal ao acordar e ao se deitar”, diz Olinda.
Ana Kolbe x Estresse
Com o aumento e a permanência de um nível alto de estresse na vida das pessoas, as glândulas supra-renais (que regulam o metabolismo da água e as reações do corpo humano ao estresse) liberam em grande quantidade hormônios como o da adrenalina e o cortisol, que deveriam ser produzidos apenas esporadicamente.
“Essa produção contínua provoca a inibição do funcionamento das glândulas salivares e a saliva passa a se apresentar em menor volume e com uma quantidade deficiente, ou seja, viscosa e pegajosa. Assim, sem nosso ‘detergente bucal’ em sua melhor forma, acumulamos mais quantidade de saburra lingual”, diz Ana Kolbe, fundadora e presidente da Associação Baiana de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca (ABPO-BA).
Por isso, manter hábitos saudáveis como a prática de esportes e caminhadas e otimizar seu tempo para que ele não seja gasto inteiramente com trabalho e trânsito, podem mudar a qualidade da sua vida e do seu hálito.
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Fernanda Wakai x Roacutan (isotretinoína)
Esse remédio é muito conhecido entre as pessoas (principalmente entre jovens de 13 a 19 anos) que sofrem com acnes agressivas, pois, há alguns anos, ele vem sendo o que há de mais eficiente no combate a esse tipo de problema.
Porém, quem usou ou já ouviu falar do Roacutan, sabe que o medicamento tem contraindicações e possíveis efeitos colaterais. Esse remédio, feito à base de isotretinoína, resseca a pele, lábios e mucosa (do nariz e da boca), alterando o fluxo salivar e facilitando a descamação da parte interna da boca.
“Com a quantidade de saliva reduzida e essa descamação (em que os resíduos acabam sendo depositados no fundo da língua) o ambiente fica propício para formação da saburra lingual. O uso prolongado desse remédio (que normalmente acontece) causa uma halitose bastante perceptível”, diz Fernanda Wakai, cirurgiã-dentista, especialista no diagnóstico e tratamento da Halitose.
Portanto, quem o usa deve reforçar a higienização bucal e o consumo de água para manter o fluxo salivar sempre na medida e inibir a formação da saburra.
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