Foi-se o tempo em que colares eram só acessórios da moda para mulheres adultas. Hoje, são itens que podem ajudar na dentição dos bebês. Pelo menos é o que prometem alguns fabricantes. A publicitária Luiza Novita, 33, é fã dos colares mordedores, tem dois modelos, além de já ter presenteado as amigas. “São fofos, dá vontade de ter um de cada cor e o Francisco também gosta. Já serviu muito como distração enquanto ele mamava e agora ele quer mesmo é colocar na boca e morder”, diz.
O colar mordedor é para a fase oral dos bebês, que vai do 0 aos 18 meses de idade. Nessa fase, os bebês são curiosos em explorar tudo o que está ao alcance das suas mãos e precisam aliviar a coceira que indica o nascimento dos dentinhos. “O colar é 100% silicone, com bordas arredondadas e macio para as gengivas do bebê e dentes emergentes. Livre de bisfenol-A, ftalatos, cádmio e chumbo. Ou seja, tem o mesmo material dos mordedores convencionais”, diz Ana Amelia Nobre Fortin, criadora da Goodi Acessórios.
Segundo Natasha Slhessarenko, pediatra do Delboni Medicina Diagnóstica, não existe ainda uma legislação específica para uso deste tipo de mordedor, mas devem seguir algumas especificações para garantir a segurança, tais como as especificações dos mordedores habitualmente utilizados pelas crianças. “Dentre as especificações incluem: ser de silicone, as contas devem ser de tamanho grande, resistir ao ato de mastigar, sugar e quebrar em pedaços ou fragmentos de tamanho pequeno. Além disto, deve ser facilmente lavável e não deve ser deixado para a criança brincar sozinha, mas sempre no colo da mãe”, afirma.
Ana Amelia explica que o silicone, usado nos colares mordedores, é um material inerte e inodoro, durável, higiênico, hipoalérgico e resistente às bactérias. O cordão é de seda, ou seja, difícil de partir e o fecho não tem a tradicional trava de segurança, então, se o bebê puxar com força, o colar se abre facilmente. “Enfatizamos sempre que o colar, é para o uso de um adulto, que não deve ser deixado com crianças pequenas e bebês sozinhos. Para higienização você só precisa lavar com água limpa, sabão e deixa-lo em um lugar limpo para secar”, diz.
Segundo Roberta Carvalho, sócia da Goodi Acessórios, o colar é uma ferramenta sensorial – ajuda os bebês a se concentrarem, se acalmarem enquanto mamam ou quando estão simplesmente no colo de um adulto. “Por ter o mesmo material dos mordedores convencionais ele pode ir à geladeira para ficar suficientemente refrescante na boca dos bebês e aliviar a sensação de desconforto dos dentes que estão nascendo”, conta.
A dentista Adriana Mazzoni concorda que o colar da mãe pode sim aliviar a dor no nascimento dos dentes, pelo simples fato de ter a fricção da conta sobre a gengiva, e reforça: “Sempre é importante a atenção para que não arrebente e o bebê não engula alguma conta e sufoque”, diz.
Colar de âmbar
Quanto aos colares de âmbar, usados por famosos, como Gisele Bündchen e Bárbara Borges, as opiniões são bem divergentes. Isso porque esse tipo de colocar é usado pela criança. “Crianças pequenas não devem usar nenhum tipo de colar pelo risco de se machucarem e pelo risco de asfixia”, dia Natasha.
Dizem que o âmbar age em contato com a pele do bebê, liberando ácido succínico que fortalece o sistema imunológico, estimula o sistema nervoso e melhora a atividade metabólica, o que serviria como como analgésico e anti-inflamatório natural. Por isso que algumas mães o usam na fase de nascimento dos primeiros dentes do bebê.
Segundo Adriana, não existe nenhum estudo científico confirmando que este colar tenha algum efeito sobre qualquer tipo de dor. “Preste atenção em produtos usados sem nenhuma comprovação científica, nem sempre o famoso sabe o que está fazendo”, diz.