Existem mais de 60 causas do mau hálito, mas geralmente associamos à falta de higiene bucal ou problemas de estomago. Mas, em alguns casos, o problema pode surgir pela carência de vitaminas A e D.
As vitaminas são essenciais para o metabolismo, promovendo a ação das enzimas que regulam e mantêm o equilíbrio do corpo. A vitamina A é um termo geral que se refere ao retinol (álcool) e ácido retinóico, e está associada a diversas funções essenciais. O retinol é utilizado no processo visual e o ácido retinóico, por sua vez, assegura a manutenção das células da pele, do trato gastrointestinal e dos olhos. Já a vitamina D, contribui para a formação dos ossos e dos dentes, facilita a absorção do cálcio e fósforo e ajuda a manter os níveis sanguíneos desses minerais.
“Sabemos que a carência de vitaminas A e D propiciam uma maior descamação das células da mucosa bucal, o que contribui para uma maior formação da saburra lingual e cáseos amigdalianos, que são os principais nichos causadores da liberação dos gases de enxofre”, diz o dentista, Marcos Moura, diretor executivo da Abha (Associação Brasileira de Halitose).
A nutricionista Marilia Martini, mestranda em Alimentos e Nutrição na UNESP, explica que os alimentos fontes da vitamina A são geralmente alimentos gordurosos, como os laticínios, a gema do ovo, azeite de dendê, fígado bovino e peixes gordurosos. Já as fontes de carotenoides são as hortaliças verde-escuro e as frutas amarelas e alaranjadas, e o tomate.
A vitamina D é também sintetizada na pele, por ação da radiação ultravioleta do sol, e transportada no sangue para os rins e ossos, e no intestino onde auxilia a absorção de cálcio. “Alimentos como óleos de fígado de peixes (bacalhau, linguado), peixes (sardinha, salmão), fígado, margarinas fortificadas com vitamina D, ovos, óleos vegetais, gérmen de trigo e leite são fontes de vitamina D”, diz Marilia.
Como descobrir o problema?
Em uma avaliação inicial no dentista especializado em halitose, são observados lábios, bochechas – onde pode ser vista a descamação –, além dos hábitos de alimentação, se a pessoa consome alimentos com essas vitaminas. “Antes de tudo, é preciso confirmar, com exames de sangue, a carência dessas vitaminas, administrar suplementos vitamínicos e dar atenção à dieta, incluindo esses alimentos sempre que possível”.
Também é preciso verificar a ingestão de água, o ideal seria 35 ml por quilo da pessoa. No caso da vitamina D, são recomendados banhos de sol, sem proteção solar, por 15 minutos antes das 10 horas e/ou após as 16 horas, com pelo menos 40 % do corpo descoberto. “A insuficiência da vitamina D afeta quase 50% da população mundial. Com o medo de contrair câncer de pele, criou-se o hábito de já sair de casa usando protetor solar, o que faz com que as pessoas percam os benefícios do sol. Tudo tem que ser feito com moderação”, afirma Moura;
Recomendação de Vitamina A |
microgramas ER /dia |
Lactentes (bebês que mamam) |
350-500 |
1 a 6 anos de idade |
400 |
7 a 12 anos de idade |
500 |
Adolescentes |
600 |
Homens |
600-900 |
Mulheres |
600-900 |
Gestantes |
700-800 |
Lactantes (mulheres que amamentam) |
1100 |
Recomendação de Vitamina D |
microgramas/dia |
0 a 50 anos de idade |
5 |
51 a 70 anos de idade |
10 |
Acima de 70 anos de idade |
15 |