Busca no lixo, dores, sorriso sujo no meio de um almoço de negócios e lesões nas bochechas. Existem situações que só quem usa ou já usou aparelho ortodôntico conhece. Para te ajudar a lidar com todas elas, a ortodontista Letícia Squadroni analisou 10 cenas típicas da vida de usuários de aparelhos ortodônticos.
Busca implacável no lixo
Levante a mão quem nunca sentou em um restaurante ou lanchonete para almoçar e terminou o programa procurando o aparelho entre guardanapos na lata do lixo? Pois é, essa situação é um clássico e até quem nunca usou esse artefato, conhece quem já passou por esse constrangimento. Sorte daqueles que, mesmo depois do mico, conseguiram achar o objeto, porque nem todos têm um final feliz para essa história.
Dica: nunca guarde o aparelho embrulhado em papéis em cima da mesa durante as refeições. O lugar ideal deles é em sua caixinha de armazenamento dentro da bolsa.
Sopas e purê nos primeiros dias
Sopinhas, sorvetes e purês são alimentos bem conhecidos por quem usa aparelho. Isso porque sentir dores nos dentes ou ao abrir e fechar a boca pode acontecer nos primeiros dias após sua colocação ou depois de uma consulta para “apertá-lo”.
Dica: “O alívio desse desconforto é controlado com analgésicos e evitando uma alimentação mais dura ou fibrosa’, diz Letícia.
Luta contra as aftas
Infelizmente é bastante comum o aparecimento de aftas quando se coloca aparelho ortodôntico. “Os braquetes, fios e bandas podem causar pequenos traumas na mucosa bucal. Mas após algumas semanas de uso a mucosa se adapta e fica mais resistente, sendo comum a diminuição das aftas ou até seu desaparecimento por completo”, diz a especialista.
Dica: nunca tente tratar aftas com métodos caseiros que podem piorar as lesões. Sempre procure seu dentista para receber a melhor orientação e descobrir a causa do problema.
Jogos com bolas? Nem pensar!
Tomar uma bolada na cara nunca é agradável, mas para quem usa aparelho, pode ser uma tragédia. “Os braquetes podem ser comprimidos contra a mucosa bucal, machucando-a. Eu mesma, quando usava aparelho, fui pegar um rebote num jogo de basquete e a bola bateu na minha boca. Meus lábios ficaram grudados no aparelho e sangraram muito”, diz Letícia.
Dica: hoje em dia protetores bucais para crianças e adolescentes são altamente recomendáveis para a realização de esportes com risco de impacto ou mais radicais.
Dores de cabeça no dia da consulta
Dores de cabeça relacionadas com o uso do aparelho? Sim, isso existe, e quando essa dobradinha acontece (dor de cabeça e dente) a recomendação é deixar a pessoa quietinha até o mal-estar passar.
Dica: nesse caso, o uso de analgésicos ou remédios próprios para enxaqueca podem ajudar a resolver o problema.
Novos itens no nécessaire
A partir do momento que você começa a usar aparelho, sua higienização bucal fica muito mais elaborada, e seu kit higiene ganha pelo menos mais dois itens: a escova interdental, que tem um formato vertical para passar melhor entre os braquetes e o passa fio, que facilita o uso do fio dental.
Dica: “Além disso, é preciso ter paciência, escovar minuciosamente todos os quadrantes da boca e utilizar limpadores de língua”, diz Letícia.
Sorriso cheio de comida
Essa situação é o grande clássico dos aparelhos fixos. Restos de comida presos no braquete ou no fio são verdadeiros desastres para a vida social ou profissional de uma pessoa.
Dica: “Escolha uma sopa se estiver se sentindo constrangido numa reunião de negócios, evitando aquela sensação de que alguma coisa está grudada no aparelho”, diz a especialista.
Alimento duro = braquete quebrado
Pior que comida presa no aparelho, que pode ser tirada em uma rápida ida ao banheiro, é um braquete quebrado que só o dentista pode consertar. Comer alimentos duros poder ser uma furada, mas pior que isso é comer sem atenção.
Dica: “Evite se alimentar sem prestar atenção no que está fazendo. Comer na frente da TV é um perigo. E não morda alimentos duros diretamente com os dentes da frente. Uma maçã, por exemplo, deve ser cortada em pedaços para serem levados para os dentes de trás”, diz Letícia.
Invisível, de porcelana ou auto-ligado?
Se antes a única opção de escolha era a cor das borrachinhas que seguravam os fios aos braquetes, hoje, as variedades estéticas podem deixar qualquer um maluco. Existem aparelhos feitos de policarbonato ou porcelana, versões super pequenas, transparentes e até auto-ligadas, que é uma opção sem borrachinhas. Esses últimos propiciam uma redução das visitas ao dentista e do tempo de tratamento.
Dica: pesquise bem sobre cada modelo e fique atento a indicação do seu dentista.
Temporada de tortura
Se por um lado não é possível determinar um tempo certo de tratamento para crianças e adolescentes que estão em fase de crescimento, para adultos existe uma média. “As inovações tecnológicas diminuíram consideravelmente o tempo de tratamento e hoje podemos falar em 8 meses a 1 ano para casos mais complexos e 18 meses para tratamento ortodônticos associados a cirurgia ortognática”, diz Letícia.
Dica: leve à sério o tratamento e não falte nas consultas de manutenção.