Respirar pela boca pode trazer uma série de problemas de saúde, pois o hábito aumenta a chance de infecções da laringe, traquéia e pulmões. Porém, além desses males, os dentes também podem sofrer consequências, assim como o desenvolvimento dos ossos da face.
Existe uma posição correta para que língua e bochecha fiquem, de forma que não exerçam nenhum tipo de força errada sobre os dentes. Ao respirar pela boca, esse equilíbrio é quebrado. “Quando permanecemos a maior parte do tempo com a boca aberta, essa posição é modificada e o equilíbrio de forças muda, aplicando-as inadequadamente nos dentes, que acabam mudando de posição”, diz Willian Frossard, especialista em prótese dentária.
Segundo o especialista, a respiração bucal é uma síndrome com sinais e sintomas bastante característicos que facilitam a percepção dos pais, como problemas respiratórios, lábios entreabertos e ressecados com gengivas inflamadas, ronco, sono agitado e pesadelos, entre outros. “A criança baba durante o sono, tem olheiras e aspecto cansado, podendo ficar hiperativa ou sonolenta durante o dia. Respiração barulhenta, comer rápido, mastigar pouco e beber líquidos para auxiliar na hora de engolir também são sinais”, afirma.
Quanto antes esses sintomas forem observados e levados a um especialista, mais rápido a criança voltará a ter qualidade de vida. Vale lembrar que ela não precisa apresentar todos os sintomas citados acima para que haja a necessidade de ir ao médico. “A percepção de alguns deles já é suficiente para uma consulta”, diz Willian.
Prevenção e tratamento rápido são fundamentais
A respiração bucal pode ser causada principalmente por problemas respiratórios como rinite alérgica e hipertrofia das adenóides. “As crises respiratórias muitas vezes se acentuam no inverno e outono devido à variação de temperatura. Crianças com processo alérgico devem evitar ambientes que favoreçam proliferação de ácaros e fungos, além de poeira”, alerta o especialista.
E uma vez adquirido o hábito ou a necessidade de se respirar pela boca, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, do contrário, pode haver estreitamento do maxilar, aumento do crescimento da face, sono irregular, impossibilidade de fechar a boca espontaneamente, infecções respiratórias frequentes, aumento do risco e propensão a doenças de gengiva e cáries, alteração de postura, irritabilidade, etc. “Ao menor sinal de uns dos sintomas de respiração bucal, recomendo um tratamento multidisciplinar envolvendo médico, dentista e fonoaudiólogo”, diz Willian.
Sinais
-Problemas respiratórios (rinite, bronquite, otite, amigdalite).
-Lábios entreabertos e ressecados com gengivas inflamadas.
-Ronco, sono agitado e pesadelos.
-Baba durante o sono (dorme de boca aberta).
-Olheiras e aspecto cansado.
-Irritabilidade por noites mal dormidas, podendo ficar hiperativo ou sonolento durante o dia.
-Respiração barulhenta.
-Por causa da flacidez na boca e na língua, o processo de mastigação e deglutição também ficam comprometidos.
-Come rápido, mastiga pouco, utiliza líquido para auxiliar na hora de engolir e prefere alimentos pastosos.
-A fala, o sono e a concentração sofrem danos.