O projeto Fada do Dente vem mostrando avanços em pesquisas sobre o autismo. O nome do projeto vem do material chave para o estudo: dentes de leite de meninos e meninas portadoras da síndrome. A análise é feita na polpa do dente, ou seja, em seu recheio. “Do recheio são extraídas as células-tronco que são um pouco diferenciadas das extraídas de outras partes do corpo”, explica a bióloga e coordenadora do projeto, Patrícia Beltrão Braga.
O fato dessas células não serem tão avançadas permite uma reprogramação celular. “É como se fosse uma volta no túnel de tempo. Por não serem tão maduras, temos meio caminho andado para retorná-las ao modo embrionário e, a partir daí, transformá-las no que quisermos, neste caso, em células do cérebro para entender melhor a doença”, diz a coordenadora.
Segundo Patrícia o projeto ainda está em fase de teste de medicação, mas isso não quer dizer que a cura seja apenas um sonho. “A cura, ou pelo menos um tratamento para o autismo, está um pouco longe, mas não tanto assim. Do jeito que estamos trabalhando dá para dizer que daqui uns cinco anos já teremos algumas drogas candidatas ao combate dessa síndrome ou pelo menos a melhorar os sintomas. Esse é o projeto da minha vida e estamos trabalhando vinte e quatro horas para isso”, finaliza a bióloga.
Para participar
No site da Fada do Dente (www.projetoafadadodente.com.br) é possível encontrar todas as informações sobre o projeto e como fazer a coleta em casa. Basta se inscrever e preencher uma ficha clínica dizendo inclusive quem diagnosticou a doença na criança, pois o projeto, ao contrário do que muitos pensam, não diagnostica a doença. A partir disso, por email, os especialistas fazem um acompanhamento desde o amolecer do dente, até a montagem do kit caseiro para que o dente seja enviado por correio ao projeto.