Gravidez: use pasta sem sabor para driblar enjoos matinais
Mulheres que esperam um bebê precisam redobrar os cuidados orais para evitar problemas que podem prejudicar até a criança
2 set2014 - 08h04
Quarto do bebê, enxoval, pré-natal. Com tantas atribuições, a saúde bucal da gestante acaba ficando em último plano, o que pode prejudicar a qualidade de vida da mãe e o nascimento do filho. A partir do momento que o organismo da mulher começa a gerar uma criança, ele fica mais vulnerável por conta de alterações hormonais típicas dessa fase. E o aumento de alguns hormônios facilita o aparecimento de inflamações na gengiva.
Além disso, durante esse período, ocorrem mudanças nos hábitos alimentares, principalmente por questões emocionais. “A mulher passa a comer coisas diferentes e em maior quantidade, principalmente alimentos com açúcar. Essa mudança aumenta o risco de cáries”, diz Ana Lídia Ciamponi, odontopediatra.
Outro ponto de atenção durante a gravidez são os famosos enjoos matinais. Muitas mulheres relatam que, ao escovar os dentes, o mal estar aumenta. Nesses casos, é recomendável trocar a marca ou o sabor da pasta de dente, optando até por cremes sem sabor algum. “Caso opte por não colocar a pasta, procure fazer depois da escovação um bochecho com antisséptico bucal com flúor e/ou clorexidina”, diz a especialista.
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Se durante a gestação for necessário fazer alguns tratamentos ou exames odontológicos, é preciso ter cuidados especiais. “A melhor época para tratamento reabilitador é durante o segundo trimestre de gestação”, diz a dentista. No caso da aplicação da anestesia, é importante conversar com o profissional sobre a seleção adequada do anestésico. Já com as radiografias é fundamental usar o avental plumbífero (de chumbo) e estar atenta às doses e as durações das tomadas radiográficas.
Quanto a tratamentos estéticos, Ana Lídia aconselha que eles sejam evitados em qualquer período da gestação. “Não indico um tratamento de clareamento, por exemplo, pois além de desnecessário nesse período, não há dados suficientes que comprovem sua segurança durante a gravidez e a amamentação”, diz Ana Lídia.
Periodontite x nascimento prematuro
“Quanto mais severa for a doença periodontal, maior o risco de se ter um parto prematuro. Falando em números, a mulher que tem problema gengival tem de 4 a 7 vezes mais chances de ter seu parto antecipado. Por isso que a prevenção ainda é o ideal”, diz Ana Lídia.
Isso ocorre porque as bactérias que se instalam na boca, por conta das inflamações gengivais, entram na corrente sanguínea e conseguem chegar até a placenta. Lá elas liberam substâncias capazes de contrair a musculatura do útero favorecendo o trabalho de parto.
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Os dentes de leite (decíduos) começam a se formar por volta do quarto mês de gestação. Os permanentes somente após o nascimento. A gestante deve passar por consultas odontológicas no pré-natal. O ideal seria uma por trimestre nos casos em que a paciente está controlada, ou seja, não apresenta cárie ativa ou inflamação gengival. O principal problema de saúde bucal da gestante que pode afetar o bebê é a doença periodontal (gengival). Já está comprovado que periodontites podem desencadear partos prematuros
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Após os dois primeiros meses da criança, quando a mãe e a família já se adaptaram à rotina de ter um bebê em casa, deve começar a higienizar a gengiva do bebê, a fim de acostumar a criança com o toque em sua boca e de estabelecer uma rotina de horários em que, posteriormente, com a irrupção dos dentes, será feita a escovação dental
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Na maioria das crianças, os dentes de leite começam a nascer por volta dos seis meses. Porém, em algumas crianças esse processo ocorre bem mais cedo, com quatro meses ou até antes, enquanto em outras, mais tarde, próximo ao primeiro ano de vida. O limite para esperar o nascimento dos dentinhos em crianças sem problemas de saúde geral ou síndromes é 14 meses. Passado este período, sugere-se a realização de exame clínico e, se necessário, exame radiográfico. A dentição decídua fica completa por volta dos dois anos de idade, com a irrupção dos segundos molares (últimos dentes, do fundo), que completa 20 dentes decíduos
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Os dentes permanentes vão se formando embaixo dos de leite. Quando estão prontos, começam a absorver a raiz dos decíduos. Assim, como ficam sem sustentação, amolecem até cair e abrem espaço para a arcada permanente. Isso ocorre, na maioria das vezes, por volta dos seis anos, sendo que as meninas geralmente são mais adiantadas do que os meninos. A dica é deixar o dente cair naturalmente. O que não vale é forçar a remoção em casa, pois a raiz pode não estar completamente reabsorvida e isso provoca dor na criança e futuros problemas comportamentais no dentista. Somente se o dente estiver se soltando, os pais podem ajudar. É importante que este momento seja lúdico e nem um pouco traumático para a criança
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Por volta dos 13 anos, com o nascimento dos caninos, a dentição permanente está completa. Atualmente, é comum verificar a dentição permanente se completar mais precocemente
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Os dentes do siso terceiros molares nascem por volta dos 18 anos, mas isso depende da posição do dente e do espaço que ele tem pra irromper. Novamente, há variações nesta época e pessoas com idade bastante superior aos 18 anos podem ainda ter os dentes irrompendo. Uma radiografia panorâmica, solicitada pelo ortodontista, pode ser útil para verificar se o dente tem espaço para permanecer na boca
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A mulher deveria ser preparada para gestar e cuidar de uma criança não somente durante a gravidez, isso porque hábitos comportamentais são aprendidos e a mulher é o principal vetor na transmissão de conhecimento e na instalação de hábitos de saúde na família. Os comportamentos de saúde incluem dieta balanceada, exercícios, controle do tabagismo, além de cuidados específicos com a saúde bucal, mesmo antes da gravidez
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A criança deve ser acompanhada pelo dentista desde os primeiros meses de vida, por um profissional capacitado e preparado para lidar com questões comportamentais
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