Quando as pessoas casam ou passam a morar juntas diversas intimidades são compartilhadas. Porém, é na hora de dormir agarradinho ou beijar que essas intimidades podem trazer à tona alguns problemas sérios,como o ronco e a percepção do mau hálito.
O grande problema do ronco, além de incomodar a pessoa que dorme ao lado, é que ele pode ser o indicador de problemas mais sérios. “Estamos acostumados a achar que roncar é algo normal, na verdade roncar é comum, mas não normal. E ele pode indicar que a pessoa tem, por exemplo, a Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono. Nesse caso, é preciso procurar tratamento o mais rápido possível”, diz Thiago CarôsoFróes, mestre e doutorando em Prótese Dentária da FOUSP.
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Segundo Thiago, apesar de o ronco ser um mau mais recorrente em homens com sobrepeso, são as mulheres que vão aos consultórios “empurrando” seus maridos. “E muitas vezes o roncador nega que ronca e a esposa é obrigada a filmar com o celular e expor o vídeo durante a consulta para constrangê-los e muitas vezes convencê-lo de que precisa de tratamento”.
A partir do diagnóstico as opções de tratamentos são as mais variadas. “Podemos incentivar a mudança de hábitos antes de dormir, utilizar aparelhos intra-orais durante o sono, aplicar botox na região do palato mole, fazer fonoterapia para fortalecer a musculatura da orofaringe entre outras. Além disso, ter hábitos alimentares saudáveis, fazer exercícios físicos regularmente e se manter no peso ideal são pontos importantes para o sucesso de qualquer terapia”, diz Thiago.
Mau Hálito
Já o mau hálito é um problema que pode ser percebido muito antes de se dividir a cama com alguém. Segundo Miriam Coutinho, dentista especialista em halitose, existem pessoas que não conseguem começar uma relação por causa do cheiro ruim da boca. “O mau hálito pode causar isolamento social e até depressão quando não tratado, fazendo com que a pessoa sequer consiga começar um relacionamento afetivo com alguém”.
Porém, quando esse problema aparece depois de algum tempo, é importante que a parceira seja a primeira a conversar sobre o assunto. “É fundamental que haja conversa entre o casal. E, apesar de a halitose atingir cerca de 30% da população brasileira, ela tem cura. E às vezes essa cura é mais simples do que as pessoas imaginam”, diz Miriam.
A especialista ressalta que, assim como no caso do ronco, a maioria das pessoas que chegam ao seu consultório com esse tipo de problema, também está lá por indicação do companheiro(a). “Houve paciente que chegou desesperado porque a namorada já quase não o beijava mais e estava ameaçando terminar a relação caso o problema com o hálito não fosse tratado”.
Mas Miriam alerta, a maioria dos problemas de halitose que ela atende em seu consultório é causada por falta de higiene, problemas gengivais ou alimentação errada. “Hábitos como escovar os dentes frequentemente e da maneira correta, visitar o dentista a cada seis meses e manter uma dieta balanceada ainda podem salvar muito relacionamento por aí”, brinca.