Também conhecida como sapinho, essa inflamação na boca é altamente contagiosa e de difícil controle e por isso requer cuidados bucais especiais na fase infantil
3 fev2015 - 08h00
(atualizado em 7/7/2015 às 11h49)
Se o seu bebê está com aftas e mau hálito, pode ser sinal de estomatite. Bastante comum em crianças, essa doença se caracteriza por uma inflamação na boca ou na gengiva que causa muito desconforto e dor. E, apesar do nome, não tem a ver com problemas no estômago, pois a palavra Estômato (de stoma) quer dizer boca em grego.
A estomatite pode ser causada por vírus, fungos, bactérias e deficiência de vitamina C, do Complexo B e de ferro. No entanto, a causa por fungos, mais conhecida como sapinho ou candidíase oral, é a mais popular entre as crianças e costuma atingir a mucosa bucal de recém-nascidos.
Porém, apesar de ter causas bem definidas, uma higiene bucal falha pode dificultar o controle da doença. “A falta de higiene aumenta a possibilidade de bactérias. No caso da estomatite, não contribui com o aparecimento da doença, mas sim para o agravamento do quadro”, diz Anyelen Esper Pereira, cirurgiã-dentista do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein.
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Atenção aos sintomas
Por apresentar agentes causadores diferentes, os sintomas da estomatite também podem se apresentar distintos de acordo com a causa. No caso da estomatite por fungos, a língua, a gengiva, os lábios e mucosa da boca da criança ficam recobertos por uma camada branca. Essas placas possuem aparência de “nata de leite”. Os principais sintomas são: boca seca, perda de apetite, insônia e dificuldade de deglutição.
Já quando a causa é viral, aparecem vesículas acinzentadas ou amareladas no centro e avermelhadas por fora em volta da boca e/ou do nariz. Além isso, o bebê costuma apresentar febre, irritabilidade, falta de apetite, mau hálito intenso, recusa em usar a chupeta, recusa na ingestão de alimentos, gengivas muito vermelhas e que facilmente sangram e aftas na boca.
“A inflamação gengival, a falta de higiene durante a doença (pois a dor impede a realização de uma higiene eficiente) e o sangramento, são as principais causas do aparecimento do mau hálito na criança”, diz a especialista.
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As mães que amamentam devem observar se existem lesões nas mamas, que também precisarão ser tratadas
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Na maioria das vezes, o contágio se dá pelas mãos contaminadas das pessoas que manuseiam as crianças, por isso, a lavagem das mãos é essencial
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Para higienização correta dos utensílios, é recomendada fervura de mamadeiras e chupetas após cada uso
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Se ocorre na cavidade oral, o sapinho tem aparência semelhante a resto de leite que não sai, podendo ficar aderido na língua, gengiva, parte interna das bochechas e até nos lábios
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Deve-se trocar as fraldas com maior frequência para reduzir a umidade e evitar o uso de lenços umedecidos
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Tratamentos
Para controlar a febre e a dor o mais indicado é a utilização de analgésicos e antitérmicos. Já para as feridinhas (aftas) na mucosa, o cirurgião-dentista deverá indicar um antifúngico local. “A higiene deverá ser feita na medida do possível, mesmo com sangramentos. Se não puder ser feita com escova e creme dental, pelo menos os pais devem tentar usar uma gaze umedecida para manter o ambiente bucal menos propício ao desenvolvimento de infecções com agravamento do quadro inicial. A alimentação do bebê deverá ser pastosa, com grande quantidade de líquido para não ocorrer desidratação”, diz Anyelen.
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O que são aftas? Aftas são ulceras rasas de aproximadamente 1 cm de diâmetro que aparecem na cavidade oral. São lesões benignas, extremamente dolorosas, que acometem cerca de 20% ou mais da população mundial. Elas podem ser brancas ou amareladas e podem aparecer na mucosa bucal, língua, gengiva, diz a estomatologista, Carméli Sampaio, consultora científica da Associação Brasileira de Odontologia (ABO).
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Quais são as causas das aftas? Não existe uma causa determinante estabelecida para o aparecimento da afta. Existem evidências científicas de como é desencadeado o seu aparecimento, como a predisposição genética e fatores ambientais. Pequenos machucados na boca decorrentes da escovação da maneira inadequada deixam o ambiente propicio, por exemplo. Sistema imunológico debilitado, estresse emocional e doenças do aparelho digestivo também estão entre as causas, afirma a dermatologista Vanessa Metz, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
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O problema atinge igualmente homens e mulheres? Há uma idade em que a afta apareça mais? As mulheres são as mais atingidas, em uma proporção de dois para um, conta Carméli Sampaio. Pode acometer uma larga faixa etária, da infância até a idade adulta, com maior frequência, em adultos jovens.
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Quais são os sintomas? Ardor e queimação são os sintomas principais, e a queixa mais comum é a dor intensa. Ocorre o aparecimento de pontos vermelhos que evoluem para uma úlcera com o centro branco ou amarelado. Segundo a estomatologista, dependendo do local afetado, há desconforto ao falar, comer e engolir. Sintomas como queimação, ardor, ou um sinal como o aparecimento de uma pequena vesícula podem surgir, na região, um dia ou dois antes do aparecimento da lesão, explica Carméli.
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Como distinguir a afta de outras lesões bucais? As aftas não são câncer nem causam câncer. No entanto, alguns tipos de câncer podem primeiro se parecer com uma úlcera bucal que não cura. Normalmente apenas o exame clínico é suficiente, mas se houver suspeita de alguma outra doença, pode ser necessário uma biopsia, diz Vanessa Metz.
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Qual a diferença entre afta e estomatite? A estomatite é um processo inflamatório da mucosa bucal, ou de estruturas ali localizadas (lábio, língua, bochechas, gengivas, palato, assoalho bucal, orofaringe). No caso afta, há ulcerações dolorosas. A estomatite e uma inflamação bucal e possui diversas causas, dentre elas as aftas, explica a dermatologista Vanessa Metz.
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Qual o tratamento para afta? Segundo a Vanessa Metz, não há necessidade de um tratamento específico, pois as aftas somem espontaneamente em até duas semanas. O que pode ser feito é medicar os sintomas para diminuir a dor. Bochechos com líquidos analgésicos, pomadas anti-inflamatórias e analgésicos são os mais indicados. Em casos mais graves, podem ser usados corticoides, que devem ser receitados por um estomatologista, recomenda Carméli Sampaio. O tratamento vai diminuir a dor e acelerar o processo de cicatrização.
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Há receitas naturais para melhorar os sintomas? A dermatologista Vanessa Metz recomenda evitar alimentos muito condimentados e deixar uma pedra de gelo derreter na boca para aliviar os sintomas. Já a estomatologista Carméli Sampaio lança mão de chás de plantas com princípios ativos que contenham anti-inflamatórios (malva, hamamélis, camomila). Segundo ela, a homeopatia também apresenta bons resultados. Segundo Carméli, pesquisas mostram que própolis auxilia na cicatrização do tecido, porém há aumento da ardência da lesão no início do tratamento. O bicarbonato de sódio apenas alivia a dor, no entanto, pode provocar uma queimadura química e dificultar a cicatrização, alerta.
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É verdade que abacaxi dá afta? Todas as frutas cítricas aliadas a outros componentes ou fatores desencadeantes do processo podem favorecer o aparecimento de aftas. O abacaxi é um alimento ácido que pode ser irritante no caso de já haver pequenos machucados na boca ou já existir uma doença inflamatória no estômago, diz Vanessa.
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Quais complicações podem ocorrer se a afta não for tratada? Em uma lesão diagnosticada como afta nenhuma complicação pode ocorrer. Porém, é indicado procurar um médico se as lesões aftosas durarem mais de três semanas, se forem recorrentes ou se forem muito grandes, recomenda a dermatologista.
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Suco de couve previne aftas? Apesar de as profissionais desconhecerem comprovações científicas sobre a ação da cousa na prevenção de aftas, Vanessa indica o suco. A couve tem ação anti-inflamatória, então realmente é indicada para quem tem aftas recorrentes.
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Quando há dificuldade para comer e beber por causa da afta o que a pessoa deve fazer para se alimentar e evitar a desidratação? A estomatologista indica que é preciso manter uma higienização oral adequada, com uso de colutórios sem álcool, anti-inflamatórios tópicos e analgésicos. Em casos mais graves, é bom procurar serviços médicos para avaliação da necessidade de hidratação endovenosa, orienta.
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